O advogado Marcelo Nobre, que representa o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no Conselho de Ética, afirmou nesta terça-feira (15) que aoperação da Polícia Federal que realizou buscas na casa do político reforça a defesa do peemedebista na comissão, pois indicaria que não há provas contra o peemedebista.
“A busca e apreensão reforçam nossa defesa. A defesa tem dito que não tem prova [contra Cunha], e o que decorre da [operação de] busca e apreensão é a busca de provas”, disse Nobre.
“Não existe absolutamente prova nenhuma, porque a denúncia não faz, prova, o oficio não faz prova e as delações não fazem prova”, afirmou o advogado, durante reunião do conselho que tenta mais uma vez colocar em votação o parecer pelo prosseguimento das investigações.
A Operação Catilinárias, um desdobramento da Operação Lava Jato, realizou nesta terça-feira ações de busca e apreensão na residência oficial de Cunha e dos ministros Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) e Henrique Eduardo Alves (Turismo), ambos do PMDB, entrou outros políticos.
Fábio Cleto, aliado de Cunha que ocupava uma das vice-presidências da Caixa Econômica Federal até a semana passada, também foi alvo de busca, em São Paulo.
Cunha foi representado ao Conselho de Ética com base em denúncia da Procuradoria-Geral da República ao STF (Supremo Tribunal Federal) de que o deputado teria recebido US$ 5 milhões em propina ligada ao esquema de corrupção na Petrobras.
Posteriormente, a Procuradoria confirmou em ofício ao PSOL que o deputado seria titular de contas na Suíça, o que ele havia negado em depoimento à CPI da Petrobras. A possibilidade de ter mentido à CPI também é usada contra Cunha na representação.
Segundo o advogado, a existência da denúncia não é prova de que as irregularidades foram de fato cometidas. Nobre afirma ainda que Cunha não possui contas no exterior, mas sim, trusts, tipo de investimento em que bens são administrados por terceiros e que não exige sua declaração à Receita Federal.
Essa é a oitava reunião do conselho após ter sido apresentado o parecer favorável ao processo Cunha pelo antigo relator, Fausto Pinato (PRB-SP). Pinato foi afastado da relatoria após recurso de Manoel Junior (PMDB-PB), aliado de Cunha, à Mesa da Câmara.
UOL