Acordos feitos pelos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), vão entregar as comissões de Constituição e Justiça das duas Casas a aliados do Palácio do Planalto, é o que afirma o Blog da Andréia Sadi.
As CCJs são as comissões mais importantes do Congresso. Analisam, por exemplo, a legalidade e admissibilidade de projetos e matérias, e processos de impeachment aceitos pelo presidente da Câmara.
Na Câmara, a vaga ficará com Bia Kicis (PSL-DF), deputada bolsonarista investigada no inquérito das fakenews que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).
Bia é uma das principais aliadas do presidente Bolsonaro, faz parte da ala ideológica e tem comportamento negacionista a respeito da pandemia. O temor de deputados que conversaram com o blog é de que, no comando da CCJ, ela dê prosseguimento a pautas de costumes – exatamente a agenda prioritária do Planalto.
O deputado Marcelo Ramos (PL-AM), que é indicado a vice-presidente da Câmara, disse ao blog na terça (2) que a indicação de Bia para o comando da CCJ será formalizada depois, mas confirmou a existência de um acordo para, em troca dessa indicação, acomodar na 1ª secretaria o presidente PSL, Luciano Bivar – opositor de Bolsonaro.
O PSL na Câmara deve, ainda, ocupar as comissões de Educação e de Relações Exteriores, áreas caras ao governo.
Alcolumbre blinda Flávio Bolsonaro e é agraciado no Senado
No Senado, o líder do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes (MDB), disse ao blog que a vaga na CCJ deve ficar com o ex-presidente do Senado Davi Alcolumbre (DEM).
Com isso, o DEM se fortalece nas principais posições na Casa. Pacheco, também do DEM, teve a candidatura à presidência da Casa patrocinada por Alcolumbre.
O ex-presidente do Senado é visto como fiel ao Palácio do Planalto, que é grato a ele, por exemplo, pelo não prosseguimento de processos no Conselho de Ética que pedem a cassação do mandato do senador Flavio Bolsonaro (Republicanos-RJ), investigado no caso das rachadinhas.
Fonte: Blog da Andréia Sadi
Créditos: Blog da Andréia Sadi