O mercado financeiro reagiu às críticas do candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, ao processo de privatização da Eletrobras nesta 4ª feira (10). As ações ordinárias –que dão direito a voto– da estatal recuaram 9,21%, enquanto as preferenciais caíam 8,36%.
Em entrevista à TV Bandeirantes nesta 3ª feira (9.out), o militar afirmou que não pretende “mexer” no setor elétrico, caso seja eleito. “A gente vai vender para qualquer capital do mundo? Você vai deixar a nossa energia na mão da China? A gente pode conversar sobre distribuição, mas sobre geração não”, disse.
Nesta 3ª feira, o candidato também indicou que, se vencer as eleições, poderá levar adiante uma proposta de reforma da Previdência mais frouxa do que a discutida pelo Congresso. “Eu creio que a proposta do Temer, da forma que está, dificilmente vai ser aprovada”, disse.
Bolsonaro afirmou que, se eleito, procurará a equipe de Temer para apresentar uma proposta mais “consensual” e que tenha mais chances de ser aprovada pelos deputados e senadores ainda em 2018.
Pouco antes, o principal articulador do candidato no Congresso, o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), chegou a dizer que não há plano de aprovar a reforma no sistema previdenciário em 2018. “Se ele ganhar no dia 28 [de outubro], vamos tratar desse assunto em 1 de janeiro de 2019. Nem 1 dia antes.”
Com as declarações, o principal índice da B3, o Ibovespa, operou em queda nesta 4ª feira. Caiu 2,80%, a 83.679 pontos. O dólar, por outro lado, avançou sobre o real. A moeda norte-americana subiu 1,42%, a R$ 3,764.
“Ainda há dúvidas sobre as propostas do candidato. E há 1 ajuste no mercado em cima das falas de ontem”, disse o operador de câmbio da Fair Corretora, Hideaki Iha.
“Fato é que o mercado está em 1 namoro com Bolsonaro e Paulo Guedes, e muitos acreditavam que a reforma de Temer poderia avançar ainda em 2018, no eventual cenário de vitória de Bolsonaro”, avalia a Guide Investimentos em relatório.
Para o economista-chefe da Rio Bravo, Evandro Buccini, as declarações recentes do candidato e de Onyx indicam menor ímpeto privatizante do que Paulo Guedes, economista de Bolsonaro, propagandeava e “levantam dúvidas sobre a viabilidade das principais reformas”.
Fonte: Poder 360
Créditos: Poder 360