Conspiração Brasil

A função de Greenwald é desmoralizar Moro e ridiculariza-lo perante a opinião pública - Por Júnior Gurgel

Nos dois primeiros artigos sobre o tema “Conspiração Brasil”, mostramos os “rastros” do saltimbanco espião freelancer* Glenn Greenwald – mexendo com segredos de Estado – envolvendo superpotências nucleares e seus interesses econômicos no planeta. Desestabilizou as vidas de Julian Assange, Daniel Smith; Snowden; repórteres do The Guardian; Laura Poitras… Malandramente escapou. Talvez tenha usado a CIA – vazamentos seletivos – tornando-se seu protegido. Entre a NSA e CIA existem conflitos (ciumeira doméstica) sobre “influências” e áreas de atuação. Todavia, expôs os Estados Unidos e seus projetos ultrassecretos de defesa e segurança, crime não perdoável.
Calculista, Glenn Greenwald escolheu vir para o Brasil, pela nossa tradição de negar extradição de criminosos. Para garantir-se que não poderia ser preso por agentes da contraespionagem do governo Americano ou Britânico, casou com um brasileiro do mesmo gênero, e adotou dois filhos, que lhes permite visto permanente. Sobre a resposta “por que Greenwald espionou apenas Sérgio Moro e a Força Tarefa da lava-jato” temos que voltar no tempo, chegarmos à era do ex-presidente FHC.

Os supercapitalistas – fortalecidos e surgidos – pós-primeira grande guerra, sempre sonharam em controlar as finanças do Brasil, por extensão sua economia, e explorar nossas imensuráveis riquezas minerais. Mas, enfrentaram dificuldades com a Velha República, o movimento Tenentista (1922) e em seguida com a ditadura Vargas. O “Nacionalismo” se constituía num obstáculo intransponível para o “grande capital”, e foi reforçado na Constituição de 1947, com leis impeditivas que estabeleciam até o percentual de remessa de lucros das multinacionais, para suas sedes ou países de origem: 10%. O restante (90%) teria que ser reinvestidos no Brasil. A partir de 1964, o ato institucional (AI-1), do ex-presidente Castelo Branco atropelou a Constituição de 1947. Aboliu o limite da remessa de lucros, na expectativa de atrair grandes investimentos em plantas industriais e geração de milhões de empregos.

Infelizmente fomos enganados. Continuamos como exportadores de commodities (matéria prima) e “montadores” de tudo: automóvel, motocicleta; rádios; televisores… Até a Coreia do Sul desenvolveu tecnologia de ponta para seus motores – criando sua cadeia produtiva do automóvel – televisores; aparelhos celulares… Aqui, apenas os montamos. Entre 1969/1978 houve uma mudança radical, e o país retomou o comando do seu destino. Ex-presidente Médici trocou toda a equipe econômica que trabalhava em favor dos supercapitalistas – contra os legítimos interesses do “Nacionalismo” – que reapareceu mais forte que antes, e pôs no “freezer”, as ideias de Otávio Gouveia de Bulhões, Eugênio Gudin; Roberto Campos… João Paulo dos Reis Veloso – esquecido propositalmente por nossa história – foi o pai do “milagre econômico”. Esteve por dez anos à frente do Ministério do Planejamento, levando o nosso PIB a crescer em um ano 15%, recorde na historia do desenvolvimento das nações no século XX. Segundo Delfin Neto, além de uma gigante rede bancária nacional, em 1972 tinha 200 escritórios de Bancos Internacionais oferecendo empréstimos aos empresários brasileiros. Voltemos ao aventureiro Greenwald.

Os desdobramentos da década de ouro do Brasil, relataremos nos artigos “Segredos da República” (dois já postados) na nossa página do Facebook. A ascensão meteórica de Glenn feriu os brios de “monstros sagrados” da imprensa investigativa como Bob Woodward e Carl Bernstein, que provocaram a renuncia do ex-presidente Nixon no caso Watergate. Greenwald criou uma legião de inimigos perigosos: mídia profissional; complexo industrial militar dos Estados Unidos; dezenas de agências de inteligência; partido Democrata… Foi um pequeno escorpião que picou um gigante de dois metros.

Passado o efeito do veneno, agora o procuram para exterminá-lo. Quando não se pode vencer o inimigo, a alternativa é aliar-se a ele. Como? Oferecendo seus préstimos a um dos segmentos da “Confraria”: os Supercapitalistas que financiam tudo. Este foi o único caminho que Greenwald encontrou para ser “esquecido” e aos poucos voltar ao primeiro mundo.

O ataque especulativo realizado por George Soros ao Brasil – gestão do presidente FHC – foi um plano elaborado e com colaboração direta do governo. O país tinha U$ 66 bilhões de reservas, não devia a ninguém; economia estabilizada; sem inflação; moeda forte (Real) e uma boa expansão do crédito. De repente, levaram nossas reservas, zeraram nosso caixa e tivemos que tomar emprestado ao FMI 44 bilhões de dólares para garantir quitação de dívidas (?). FHC entregou o Banco Central a Armindo Fraga – braço direito de George Soros – que assumiu o controle das finanças e da economia do país. Passo seguinte foi às imposições das privatizações: joias de nosso tesouro como Vale do Rio Doce, Telecomunicações; Hidrelétricas; Distribuidoras Estaduais de Energia; Ferrovias; liquidação dos Bancos Estaduais… Perdemos tudo.

Com a saída de Armindo Fraga do Banco Central a e entrada de Henrique Meireles, a nação afundou. Meireles deixou apenas nove bancos no Brasil (seis estatais e três privados). A rota segura do “dinheiro sujo” passou a ser o Brasil. Trilhões de dólares e reais operados de forma ilegal sintonizados com paraísos fiscais, Hong-kong, China; Fundos Árabes de origem duvidosas… Até chegar a lava-jato. Logo as investigações encontraram os caminhos criminosos do dinheiro: bancos. Impossível desviar trilhões, sem logística e apoio do sistema bancário. Sérgio Moro é escolhido Ministro da Justiça, e com ele leva o COAF, “caixa registradora” de muitos crimes financeiros transnacionais. Se revelado, escândalo desta proporção abalaria a confiança de todo o sistema bancário no mundo. Como evitar o incorruptível Sérgio Moro de tornar público tudo isto? Ele prendeu um ex-presidente e as mais altas figuras da República do Brasil. Não se podia confiar nele… Chegou à vez de Greenwald. Sua tarefa é desmoralizar Moro e ridiculariza-lo perante a opinião pública: torná-lo suspeito e tirá-lo do governo. Greenwald exitoso teria um salvo-conduto para voltar a seu país, e como herói. Encerraremos no próximo artigo, a trama do mau-caráter Greenwald.

*Freelancer – Profissional autônomo. A palavra originalmente traduzida significa “Lanceiro Livre”, Cavaleiros Medievais que se ofereciam aos nobres que lhes remunerassem mais, para guerrear e matar. Não defendiam pátria, nação ou causas.

 

** Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião do Polêmica Paraíba

Fonte: Júnior Gurgel
Créditos: Júnior Gurgel