A diferença que afasta o discurso de Lucélio da realidade de Luciano - por Anderson Costa

O prefeito Luciano Cartaxo verá nas eleições estaduais deste ano o discurso que foi sua maior arma, nas duas eleições municipais disputadas na cidade de João Pessoa, voltar-se contra o seu irmão e pré-candidato ao governo do estado Lucélio Cartaxo. Luciano que buscou durante os dois pleitos vencidos atacar as candidaturas de Estela Bezerra e Cida Ramos, defendendo que seriam apenas candidaturas que permitiriam ao governador do estado Ricardo Coutinho acumular o poder de chefe o executivo na Paraíba enquanto seguia comandando a Capital através de um herdeiro político sem experiência em cargos eletivos. O discurso aparentemente surtiu efeito em enfraquecer as duas candidaturas do partido dos girassóis, neste ano deverá ser utilizado por Ricardo Coutinho, por seu candidato João Azevedo e por todos os seus apoiadores.

Ao desistir de disputar o governo do estado preferindo permanecer à frente da prefeitura, Luciano decidiu que uma boa opção para não ficar totalmente de fora do páreo seria lançar o nome de seu irmão gêmeo Lucélio como pré-candidato do seu partido ao governo do estado. Mas o tendão de Aquiles desta candidatura de Lucélio é exatamente o discurso que vem se tornando comum em todo o Brasil e que já há muito tempo é utilizado na Paraíba: qual o passado político do candidato? O povo paraibano não é acostumado a eleger governadores que não tenham ocupado anteriormente uma prefeitura ou que não tenham experiência nas casas legislativas nacionais que comprovem a capacidade de ocupar a cadeira de governador.

Desta maneira o primeiro desafio para Lucélio é conseguir mostrar que é detentor de um currículo gabaritado o suficiente para ser o próximo governador do estado pelos próximos quatro anos. Tentativa esta que deverá ser atacada ao máximo por João Azevedo, mas de forma ainda mais fulminante pelo senador José Maranhão que dos três principais postulantes ao governo é o que possui a história mais longeva na política e o maior número de cargos de grande importância ocupados.

A realidade é que antes da desistência de Luciano Cartaxo e de Romero Rodrigues de eles próprios disputarem a eleição, a oposição já ensaiava novamente o discurso de que o governador Ricardo Coutinho preparava mais um candidato criado às vésperas de uma eleição e sem histórico de mandatos cumpridos. Com a desistência dos prefeitos das duas principais cidades do estado de entrarem na disputa este ano, a oposição se viu na eminência de buscar um novo nome que pudesse ser a ponta da lança do grupo nesta eleição.