A realização de eleições indiretas ou diretas, em caso de saída do cargo do presidente Michel Temer (PMDB), divide o leitorado da Folha.
Segundo pesquisa do Datafolha, 51% dos leitores do jornal defendem a adoção da solução prevista na Constituição, o pleito indireto organizado pelo Congresso.
Para 46%, contudo, o melhor seria a alteração da Carta para permitir uma eleição direta neste ano. Outros 3% não souberam responder.
O Datafolha ouviu 415 leitores em todas as regiões do país, por telefone, entre 1º e 2 de junho. Eles leem a Folha ao menos uma vez por semana. A margem de erro da pesquisa é de cinco pontos percentuais para mais ou menos.
A defesa do pleito indireto é maior entre leitores com renda familiar média acima de dez salários mínimos e com 30 anos ou mais. Já os mais jovens e com renda inferior a cinco salários mínimos preferem o voto direto.
Dois terços dos leitores defendem a renúncia de Temer, contra um terço favorável à sua permanência. Mas 89% não acreditam que ele irá deixar o cargo voluntariamente.
Acham que o peemedebista será afastado 47% dos ouvidos, contra 45% que creem em sua permanência -8% não souberam responder.
Para 77%, pouco mais de três quartos da amostra, o Tribunal Superior Eleitoral deveria cassar a chapa pela qual Temer foi eleito com Dilma Rousseff (PT) em 2014. Leitores entre 16 e 29 anos são ainda mais assertivos nesse ponto (86%). O julgamento no TSE começa nesta terça (6).
O impeachment, processo que colheu Dilma no ano passado, é visto como desejável contra Temer por 62%. Novamente, a maior preponderância é registrada entre os mais jovens: 80%.
Temer não é bem avaliado pelos leitores da Folha, mas eles o aprovam mais do que a média dos brasileiros.
Na mais recente pesquisa Datafolha sobre o governo, em abril, 61% dos brasileiros consideraram a gestão ruim ou péssima. Entre os leitores, o índice cai a 45%, e a aprovação é o dobro da registrada na população em geral (18% contra 9%).
Para 59% do leitorado do jornal, Temer fez menos do que poderia no cargo. Na população, o índice é de 79%.
Acreditam que ele fez o esperado 26% dos leitores, contra 10% na população. Os que avaliam que fez mais do que a expectativa são 11% entre leitores e 4% no geral.
Em relação à cobertura que a Folha faz do governo, ela é aprovada por 72% dos leitores, enquanto 20% a acham regular e 7%, ruim ou péssima. Não souberam dizer 1% dos ouvidos. Os índices são semelhantes aos apurados nos estertores do governo Dilma, no fim de março de 2016.
Para 9% dos entrevistados, o jornal é mais crítico do que deveria com Temer. Acham que a Folha é menos crítica 23% dos leitores, e 66% aprovam o tom adotado. Aqui os dados também se assemelham aos de durante a fase final da gestão Dilma.
Fonte: Folha de S. Paulo