Durante audiência pública da Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia, nesta terça-feira, o deputado Wilson Filho, do PTB da Paraíba, criticou o descaso do Governo Federal com o que ele chamou de “caos total” no nordeste brasileiro. A região sofre com uma seca que se prolonga pelo terceiro ano consecutivo, o que gera dificuldades sociais e dificulta o desenvolvimento da agricultura e a criação de animais. Além disso, provoca a falta de recursos econômicos, gerando fome e miséria no sertão nordestino.
“É muito visível, por exemplo, quando São Paulo entrou em uma realidade bem próxima, mas melhor ainda, do que passa o nordeste há três anos, de forma rapidíssima o Governo Federal e os órgãos competentes deram essa resposta. São Paulo virou o foco do olhar de todo o Brasil pela imprensa nacional. Não é porque se tem seca que deve se ter o sofrimento, a sede e a fome.”
A operação carro-pipa distribui água potável para a população das regiões afetadas pela seca ou estiagem. Ela é uma parceria do Ministério da Integração Nacional, por meio da Secretaria Nacional de Defesa Civil, com o Exército Brasileiro. A ação foi interrompida por parte do Ministério no começo deste ano para a contenção de gastos. Alziro Gomes, representante da Secretaria, reconhece a necessidade de reativar a operação e espera que isso ocorra ainda nesta semana.
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“Estamos com uma expectativa extremamente positiva que, no decorrer dessa semana, tenhamos uma sinalização para reativar o repasse de recursos para os estados complementarem a operação carro-pipa. A [operação] do Exército não sofreu retração, entretanto não está se mostrando suficiente para atender a totalidade da demanda.”
A cisterna é uma tecnologia popular para a captação de água da chuva. Ela escorre do telhado da casa, é captada pelas calhas e cai direto na cisterna, onde é armazenada. Com capacidade para 16 mil litros de água, a cisterna supre a necessidade de consumo de uma família de cinco pessoas por um período de estiagem de oito meses.”
Arnoldo Campos, representante da Secretaria de Segurança Alimentar e Nutricional, conta que o Ministério do Desenvolvimento Social entrega, em média, mil cisternas por dia na região do semiárido e que, até dezembro deste ano, 750 mil estarão construídas para que as famílias possam ampliar a capacidade de estocar água e conviver melhor com a seca.
“Nossa expectativa é que 100% das famílias de baixa renda sejam atendidas com tecnologias de captação de água da chuva para o consumo. As ações emergenciais são importantes, mas as ações estruturais são tão importantes ou mais importantes que as ações emergenciais. Nós desencadeamos uma ampliação, uma aceleração, das ações estruturantes.”
O deputado Wilson Filho diz que a Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia vai cobrar e monitorar as ações que foram apresentadas pelos representantes dos órgãos públicos presentes na audiência referentes às suas competências.
