Único deputado federal a perder o mandato de fato por infidelidade partidária, o jovem Walter Brito Neto quer voltar à cena política disputando a prefeitura de Campina Grande pelo PRB. Evangélico, ele não abre mão de lançar um discurso religioso. “A candidatura a prefeito de minha cidade é um sonho que tenho, mas estou orando a Deus e pedindo direção de acordo com o propósito dele”, pontua o ex-deputado.
Todavia, ele não tem dúvidas de que pode fazer muito por Campina na condição de prefeito. Para isso, começa a discutir algumas propostas. Em pleno Maior São João do Mundo, Walter Neto enfatiza que “nossa cidade não pode limitar-se a eventos festivos, o turismo aliado à indústria do entretenimento pode gerar muito mais progresso”.
Ele cita ainda o turismo de esportes radicais e rural, o mercado aéreo e a construção de grande hotéis, através de parcerias público-privado. “Podemos pensar em construir um autódromo Internacional, em Campina, semelhante ao de Curitiba que proporciona grandes eventos em automobilismo”, defende.
BODE EXPIATÓRIO
Walter Brito diz que foi usado como “bode expiatório” no processo de cassação por infidelidade partidária e também vítima do processo de judicialização eleitoral. Na legislatura passada, 79 deputados e 11 senadores migraram de legenda entre janeiro de 2007 e dezembro de 2010. Do total, 53 trocaram de legenda depois dos prazos estabelecidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como marco da fidelidade partidária e estariam sujeitos, em tese, ao risco de perderem o mandato. Todavia, apenas dois deles foram cassados: Walter Brito Neto e Robson Rodovalho (DF) – o segundo ainda conseguiu concluir o mandato porque entrou com recurso.
“Esse levantamento deixa claro que fui usado como bode expiatório para o TSE aplicar uma norma esdrúxula naquele momento. Além de ser um jovem deputado, representava a Paraíba, um estado não tão expressivo politicamente”, explicou Neto, que perdeu o mandato por ter trocado o DEM pelo PRB.
Do Blog com Jornal da Paraíba