Vizinhos: Ricos ou Bem Administrados ?

Bruno Filho

Todas as semanas eu vou de carro para Recife e costumo observar muito aquilo que vejo na 101, nestes pouco mais de 100 kilômetros que nos separam da chamada ” Veneza Brasileira “. Desde a saída pelas 3 lagôas, passando pelo Distrito Industrial olho tudo. Metro por metro rodado.

A estrada do nosso lado está muito boa. Não há um conserto sequer, não há asfalto ruim, e podemos viajar tranquilamente até o Posto Fiscal que demarca a divisa dos dois Estados. Paisagens bonitas aparentemente, céu quase sempre azul e à noite um “chão de estrelas” já que a poluição é zero.

Porém, ao adentrar o “Mar Furado” tradução ao pé da letra da palavra Pernambuco, a estrada piora muito, em compensação em menos de 100 metros encontramos pelo menos 30 placas anunciando obras e mais obras do Governo de Eduardo Campos.

São milhões e milhões em investimentos nas mais variadas áreas e ramos de atividade. E isso se prolonga até Igarassú, passa por Abreu e Lima, emenda com Paulista, atravessa a secular Olinda até chegar à Capital de todos os pernambucanos. Num misto de inveja e curiosidade raciocino.

Claro que trata-se de um Estado maior, uma população na Capital que é 4 vezes maior do que a nossa, e outros detalhes muito importantes que não vem ao caso. O conceito é o mais importante. O que nós paraibanos devemos aos vizinhos do sul ? Se for longevidade somos contemporâneos no mapa.

Culturalmente temos inúmeros personagens tão ou mais importantes do que eles. Na educação tradição de termos nas nossas Universidades muita gente que vem de lá. O povo se mistura em parentesco, conhecemos inúmeros descendentes da Paraíba por lá e de Pernambuco por aqui.

O que é então ? essa é a pergunta que faço. Seriam os governantes ? Seriam os interesses do Governo Federal, e se for isso, desde quando e por quê ? perguntas que deixo no ar e quero aprender com as respostas que me forem dadas. Espero conhece-las em breve.

Vinte por cento daquelas obras já avancalariam a economia paraibana. Surgiriam empregos, a economia reagiria e com isso ganharia o

comércio que é a mola propulsora de qualquer economia e a mais antiga também. Eu não vejo tantas diferenças para que seja assim.

O turismo por exemplo que deveria frequentar muito mais as nossas praias, o turismo de nosso brejo, o sertão de tantas histórias, sem ser explorado. A única grande luta entre os Estados é para saber quem faz o maior São João do Mundo, Campina ou Caruarú.

É muito pouco. A Paraíba é maior do que tudo isso. Vamos acordar e tirar proveito. Ouvi Gilvan dizer outro dia que mesmo assim é melhor ser vizinho de Pernambuco do que não ser. Concordo plenamente. O que não podemos é nos sujeitar a olhar o tempo passar e as discrepâncias crescerem.

Se falta apoio vamos buscá-lo. O que não podemos é brigar entre nós mesmos e tenho visto ultimamente a politica interna se degladiar e se enfraquecer com isso. Muita luta dentro de casa, tira as forças e a coragem de brigar fora dela. Pensem nisso aqueles que tem o poder.

Estar tão perto e tão longe não é bom sinal. Mesmo que agora eles nos sirvam de exemplo para algo, que utilizemos humildemente, assim quando dermos um passo a frente terá outro sabor. Nunca é tarde. Homens capacitados nós temos basta que vistam a mesma camisa. Vermelha e preta da Paraíba.

Bruno Filho, jornalista e radialista, que fica triste e nervoso quando ouve falar mal da Paraíba.

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