Rubens Nóbrega

Com o perdão dos cassistas e licença da euforia de todos eles, vou eleger Vital do Rêgo Filho o cara da semana, do mês, do ano, do ano que vem e dos próximos.
Porque esta semana, lá em Brasília, ele fez de um jeito que a partir de 2012 estados e municípios não produtores de petróleo vão receber grana boa de royalties.
Só aqui pra nós da Paraíba serão mais de R$ 350 milhões por ano. Pra quem recebia pouco mais de R$ 28 milhões até aqui…
Mas é isso. Inteligente e habilidoso que só ele, o nosso senador montou e emplacou uma nova distribuição de receitas oriundas da produção de petróleo.
Resultado: não apenas a maioria governista no Senado aprovou como o próprio governo Dilma – Petrobrás incluída – acatou e aplaudiu.
Tem mais. A imprensa sudelina bateu porque não entendeu o que Vital fez ao anunciar mudanças polêmicas na véspera da votação para depois retirá-las do projeto.
Dentre os chamados pontos controversos propostos pelo relator, um mudava os limites territoriais que redefiniriam os ‘donos’ das jazidas marítimas de petróleo.
Já pensou se uma inovação como essa, uma vez aprovada, fizesse o capixaba perder alguma bacia petrolífera para os baianos? Seria uma guerra.
Pois bem, no meu entender, o nosso senador não fez mais do que botar o bode na sala, causando desconforto e chiadeira tremenda que resolveu fácil retirando o bicho.

– E agora, galera? – perguntou Vital, depois de recolher o pai de chiqueiro.

– Agora tá beleza, senador, e ficamos muito agradecidos ao senhor por sua sensibilidade e generosidade – disseram todos.
Pronto. Foi isso. Tanto que o governo federal abriu mão de R$ 2,5 bilhões em receitas do petróleo só para viabilizar o novo modelo de divisão dos royalties.
A fórmula de Vital só não agradou aos estados e municípios produtores, que prevêem perdas de R$ 3,6 bilhões em 2012 e ameaçam levar o caso ao Supremo.
Mas essa perda, se acontecer realmente, só vai acontecer uma vez porque a tendência é o Brasil aumentar estupidamente a sua produção de petróleo.
Quando o pré-sal estiver produzindo a mil, por exemplo, o suposto prejuízo de agora vai virar fumaça de cano de escape, literalmente.

Sem tapetão, por favor!

Bem, agora a matéria relatada pelo senador Vital Filho deve ser apreciada na Câmara dos Deputados, o que deve acontecer até meados de novembro.
Se depender do presidente da Casa, o gaúcho Marcos Maia, o projeto será aprovado sem retoques que é para não ter que voltar pro Senado revisar.
Tomara. Tomara também que governadores do Rio e do Espírito Santo não tentem melar a nova partição dos royalties no tapetão, como estão ameaçando.
Eles sabem que eventuais perdas imediatas serão repostas no futuro.
Deveriam saber também que deixar não produtores sem um tostão de royalty é ajudar a manter e até a fortalecer as disparidades regionais.
O que não é bom pra gente nem pra eles, porque é para os estados ricos ou cada vez mais ricos que continuarão e se intensificarão as levas de migrantes que vão inchar favelas e reforçar os exércitos do narcotráfico.

A maldade dessa gente…

Diálogo por i-meio entre os amigos Lex e Gosto Ruim (que me copiaram na troca de mensagens como quem, subliminarmente, sugere a publicação atendida):
– Gosto, amigo, tem alguma ligação entre os rumores da reaproximação de Cássio e Maranhão e a recente decisão do STF a favor do primeiro. Sendo verdade, como ficariam os nervos de Ricardo?
– E quem disse, Lex, que Ricardo tem nervos?
– Nervos ele tem, Gosto. O que ele não tem é coração.

Pior que o Tartaristão

Ricardo I passou uma semana em Cuba e de lá voltou com “expectativas de fechar U$ 5,5 milhões em negócios”. Isso dá pouco mais de R$ 9 milhões.
Na Paraíba, esta semana, em apenas três dias de feira os supermercados da região fecharam R$ 55 milhões em negócios.

A tuitada mais criativa

O Jornal da Paraíba trouxe em sua edição de anteontem, na página 3 do primeiro caderno, uma coluna inteira de eufóricas tuitadas saudando a decisão do Supremo em favor de Cássio.
Que me perdoem todos os demais tuiteiros, mas a mensagem mais criativa, na minha opinião, foi aquela de @oswaldopessoa que diz assim:
– Frase de um cassista: Wilson Santiago perde o mandato, Cícero Lucena perde o partido e Ricardo Coutinho perde o reinado.