O vice-presidente da Câmara dos Deputados, André Vargas (PT-PR), usou um avião emprestado pelo doleiro Alberto Yousseff para fazer uma viagem a João Pessoa, na Paraíba. Yousseff foi preso há duas semanas na Operação Lava Jato, que investigou um esquema de lavagem de dinheiro que pode ter movimentado R$ 10 bilhões. Ele teria ligações com o ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa, preso por suspeita de corrupção em obras de uma refinaria.
De acordo com documentos da Polícia Federal, André Vagas e Yousseff trocaram mensagens de texto pelo celular no dia 2 de janeiro. Ali, foi agendada a viagem em um jato particular cujo prefixo é PR-BFM. A informação foi publicada nesta terça-feira, 1º, pelo jornal Folha de S. Paulo.
Vargas divulgou duas notas nesta terça. Em uma delas, disse que “conhecer alguém não é crime”: “Conhecer alguém há 20 anos não é crime. Alberto Youssef é empresário de minha cidade. Dono do maior hotel da cidade. E os encontros, contatos e a relação se deram dentro da legalidade. Qualquer homem público poderia passar por isso”. Na segunda nota declarou que há um “vazamento seletivo” de informações.
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, considerou que o episódio não “é um problema” do partido. Questionado se iria pedir explicações sobre o envolvimento de Vargas com o doleiro, Rui Falcão respondeu: “Não. O André deu as explicações que ele julgou apropriada. Não é um problema do PT. É uma relação privada que ele está explicando, não é o PT. Mas eu vi as explicações dele e não tenho o que acrescentar”.
O líder do PT na Câmara, Vicentinho (SP), manifestou solidariedade ao companheiro de partido. “Nossa primeira ação é de respeito e confiança absoluta no nosso colega”, afirmou. Ele disse que ainda não conversou com Vargas sobre o assunto e que por isso não comentaria o mérito da questão. Do Estadão