“Com perfeita paciência, aguardo o fim desse calvário que já dura quatro anos e sete meses.Considerando que eu já tenho 48 anos de vida, já é quase 10% da minha existência nessa via-crúcis que se Deus quiser já tá perto de acabar”, desabafa o ex-governador Cássio Cunha Lima (PSDB), que soma o período da via-crúcis, a partir da ação impetrada pelo Ministério Público na Justiça em janeiro de 2007, dois meses após ser reeleito.
Mais votado para o Senado Federal nas eleições de 2010, com 1.004.183 sufrágios, o tucano teve a candidatura barrada pela Lei Ficha Limpa e viu o terceiro colocado, Wilson Santiago (PMDB), assumir em 1º de fevereiro de 2011 e continuar representando a Paraíba na Câmara Alta por mais de seis meses. Além disso, Cássio ainda vai esperar no mínimo mais 30 dias sobre o desfecho de seu caso no Supremo Tribunal Federal. Como o STF decidiu que a Ficha Limpa não vale para o pleito de 2010, espera tomar posse.
O ministro Joaquim Barbosa prorrogou o prazo de licença médica por mais um mês, com possibilidade de prorrogação da mesma até a primeira quinzena de setembro. Diante disso, os agravos regimentais interpostos pela coligação Paraíba, encabeçada pelo PMDB de Wilson Santiago, contra a decisão do ministro Joaquim Barbosa, que deu provimento ao recurso extraordinário do ex-governador Cássio, pedindo deferimento de sua candidatura ao Senado continuam sem data para serem apreciados pelo STF. Barbosa deu provimento com base na decisão do STF.
Foi um balde de água fria nas pretensões do tucano. Na manhã de segunda-feira, dia 1º, Cunha Lima havia se manifestado a respeito da volta do STF. No microblog twitter, Cássio mostrou ansiedade e falou sobre o agravo interposto por Wilson Santiago. “O meu Recurso Extraordinário foi provido. Não há efeito suspensivo no Agravo de WS.” E alfinetou: “A decisão do STF será cumprida quando?” Depois, postou: “Espero que o meu processo agora chegue ao fim. Não há como explicar que uma decisão do STF não seja cumprida.”
No último dia 15 de junho, Joaquim Barbosa se submeteu a uma cirurgia no quadril, em um hospital de São Paulo. A licença médica havia terminado no dia 4 de julho e foi renovada na segunda, dia 1º, término do recesso do Judiciário. Ele sente dores nas regiões lombar e quadril, desde 2007.