O vereador Lucas de Brito (DEM) tratou, em seu pronunciamento na sessão ordinária desta quinta-feira (8), na Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), sobre a repercussão de seu posicionamento relativo a investimentos públicos na Associação das Prostitutas da Paraíba (Apros-PB). O democrata defendeu que está sendo vítima de uma tentativa de distorção das suas palavras e de um “patrulhamento ideológico”, inclusive com ofensas pessoais.
Conforme afirmou o parlamentar, na última semana, após seu pronunciamento questionando o repasse de verbas federais no valor de R$ 180 mil para a Apros-PB, através da Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope), ele passou a ser perseguido e injustiçado. “Atacaram-me, porque ousei questionar, dentro de meu papel legítimo e constitucional de fiscalização do Poder Executivo, como seriam gastos os recursos públicos destinados às várias associações contempladas no programa Pontos de Cultura”, observou.
Para Lucas de Brito, a prioridade de políticas públicas para profissionais do sexo deveria ser no sentido de lhes ofertar alternativas de geração de renda que viabilizem o abandono da prostituição, e não de financiar essa prática. O vereador também se posicionou contra a legalização das casas de prostituição, o que, segundo ele, estimula a exploração e a coisificação dos seres humanos, ferindo a sua dignidade.
“Porque tive a audácia de ser transparente e de me posicionar em um tema polêmico, porque tive a coragem de externar minha compreensão de que a política deve ser utilizada para libertar as pessoas, e não para escravizá-las, fui alvo de uma vã tentativa de linchamento perante a opinião pública”, argumentou.
O parlamentar ainda esclareceu que não tinha inventado o nome do projeto “Puta Cultura” da Apros-PB, como foi divulgado erroneamente. “Insistiram em me censurar, dizendo que o nome era Pontos de Cultura, como se eu tivesse inventado a infeliz expressão. Depois, foram tantas as notas de repúdio, as tentativas maliciosas de rotulação e estigmatização, as ofensas, que só faltaram as agressões físicas”, reclamou.
Lucas de Brito ainda aproveitou para agradecer as várias manifestações de solidariedade vindas de cidadãos de diferentes classes sociais, idades, preferências sexuais e ideologias políticas. “Todas essas pessoas compartilharam comigo uma mesma sensação de injustiça e um sentimento de perplexidade diante da flagrante tentativa de distorção das minhas palavras e de destruição de minha imagem enquanto agente político”. Ele reiterou que vai continuar defendendo suas ideias, independentemente dos ataques, e cobrou respeito e civilidade nas relações.
Em apartes, os vereadores Luís Flávio (PSDB), Sérgio da SAC (PSL), Raoni Mendes (PDT) e Fernando Milanez (PMDB) se acostaram à indignação em relação às críticas pessoais ao parlamentar pessoense.
Os vereadores Marco Antônio (PPS) e Benilton Lucena (PT), por sua vez, defenderam que a Gestão Municipal não teve nada a ver com as ofensas promovidas contra o parlamentar oposicionista. O líder da situação na Casa Napoleão Laureano também lembrou que havia alertado o colega, na ocasião, de que aquele era um discurso perigoso.
“Vossa Excelência agora tem que assumir e sustentar o que disse. A Apros-PB tem todo o direito de apresentar um projeto para participar do programa, que prevê inclusive ações de prevenção a doenças sexualmente transmissíveis e geração de renda para aquelas mulheres. O prefeito Luciano Cartaxo (PT) não teve nada a ver com as importunações que têm sido feitas a Vossa Excelência”, garantiu Marco Antônio.
A vereadora Raíssa Lacerda (PSD) ainda se disse atingida, enquanto mulher, com a discriminação. “Essas mulheres, como todas as outras, já sofrem bastante com o preconceito na sociedade. Até aqui no Parlamento, por exemplo, somos apenas duas representantes femininas entre 27 vereadores”, comentou. Assessoria