Ruas congestionadas, motoristas estressados, buzinas. Um dos principais problemas que atualmente assolam o cotidiano da capital paraibana é sem dúvida o trânsito, que está em constante mutação e já sinaliza um possível colapso urbano. Preocupado com essa situação, o vereador Raoni Mendes(PDT), defende a proposta de implantação de BRT (Bus Rapid Transit), um sistema de ônibus de alta capacidade no mesmo modelo utilizado em Curitiba. “Além de ser um meio de transporte público mais barato de construir do que um metrô, o BRT tem capacidade de transporte de passageiros similar à de um sistema de veículo leve sobre trilhos”, justificou Raoni.
A ideia do projeto BRT prevê a utilização de corredores exclusivos ou preferência para a circulação do transporte coletivo; embarques e desembarques rápidos, através de plataformas elevadas no mesmo nível dos veículos; sistema de pré-pagamento de tarifa; veículos de alta capacidade, modernos e com tecnologias mais limpas; transferência entre rotas sem incidência de custo; integração modal em estações e terminais; programação e controle rigorosos da operação; sinalização e informação ao usuário.
De acordo com estudos comprovados do Centro de Transporte Sustentável do Brasil (CTS-Brasil), uma associação sem fins lucrativos regularmente constituída, sediada em Porto Alegre, os sistemas BRT têm demonstrado potencial para reduzir drasticamente as emissões de CO2 – um exemplo recente do seu impacto na mudança do clima foi o primeiro corredor do Metrobús (sistema BRT da Cidade do México), que está reduzindo 35.000 toneladas de CO2 por ano, ao mesmo tempo em que melhora a mobilidade de 77 milhões de passageiros. Este sistema BRT foi concebido e implementado para servir pelo menos 45 mil passageiros por hora.
Com mais de 160 sistemas operando atualmente ou em construção, os sistemas BRT têm se tornado a melhor escolha para melhorar a mobilidade urbana em 23 países dos cinco continentes. BRT é um conceito flexível, que pode ser configurado especialmente para o mercado a que serve e ao ambiente físico onde opera.
Raoni Mendes ressalta que apesar da prefeitura municipal de João Pessoa já ter aberto novas vias, alargado avenidas, criado anel viário, sistema de binários, tudo para tentar ‘desafogar’ o trânsito na capital, principalmente nos horários de pico, a situação ainda é caótica, sem falar que atendemos diariamente moradores de toda a região metropolitana. “Se for nesse ritmo, João Pessoa – que hoje possui mais de700 mil de habitantes – corre o risco de não suportar crescimento tão acelerado”.