Por Diego Iraheta
Já virou rotina. Além da live no Facebook, corte de cabelo popular e Leite Moça no desjejum, outra marca de Jair Bolsonaro é a matraca.
Praticamente toda semana, quando não todo dia, o presidente presenteia a sociedade com um palavrório atômico.
Vale tudo: mentira, fake news, afago nos seus moleques, ironia com a dor de seus adversários.
Ele abre a boca, e os estragos começam.
Nós sabíamos, não é de hoje, de suas frases polêmicas, algumas absurdas. Como a ode ao torturador da ex-presidente Dilma Rousseff, em seu voto pelo impeachment em 2016.
Mas enquanto parte da população se chocava, parte mais expressiva achava graça. Repreendido por muitos, celebrado por outros tantos, o menino manteve a boca aberta.
Só que agora o menino é presidente da República. Deveria ter se investido da ética exigida pelo cargo.
Pelo contrário, sua verborragia inconsequente queima pontes com o Congresso, mina a credibilidade de jornalistas e mói os críticos.
Ironizar a morte do pai do presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Felipe Santa Cruz, que desapareceu durante a ditadura militar, é mais um desatino verbal que depõe contra aquela que deveria ser a autoridade pública mais respeitável e respeitosa do Brasil.
Hoje, Bolsonaro não é nem respeitável nem respeitoso.
Se não mudar a postura, o tom das reprimendas ao presidente não pode baixar.
Ele precisa deixar essa posição de menino biscoiteiro de lado para tocar, com seriedade, os inúmeros e dramáticos problemas do País.
O menos é mais, Jair.
Fonte: O Globo
Créditos: O Globo