Veneziano Vital trabalha para conseguir manter sua candidatura ao governo pelo PMDB

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O ex-prefeito de Campina Grande, Veneziano Vital do Rego, desenvolve articulações focadas num objetivo prioritário: manter até o fim a sua candidatura ao governo do Estado pelo PMDB. Ele foi pré-lançado como candidato com o apoio do ex-governador José Maranhão, presidente do diretório regional, e manifestações favoráveis de dirigentes nacionais, como o senador Valdir Raupp (RO) e o vice-presidente da República, Michel Temer. As conversas que Veneziano tem tido ultimamente com lideranças de partidos diferentes teriam por finalidade ampliar o leque de composições em torno da sua pré-candidatura, de acordo com fontes ligadas ao ex-prefeito.

Essas mesmas fontes afirmam não haver receio da parte de Veneziano quanto à obtenção de aval para sua candidatura, ressaltando a sua lealdade ao partido e a atitudes de grandeza, como o fato de ter desistido da postulação em 2010 para abrir espaço para o ex-governador José Maranhão, que tentava uma nova reeleição ao Palácio da Redenção. Veneziano não teme concorrência interna na hipótese do ex-senador Wilson Santiago continuar filiado ao PMDB. O seu propósito, inclusive, é o de estreitar ligações com Santiago para assegurar a permanência na legenda e o apoio à sua pretensão. O deputado federal Wilson Filho tem se queixado abertamente do tratamento conferido por integrantes da cúpula peemedebista ao seu pai, como se houvesse uma orquestração para minimizar a influência política que ele tem. Wilson Filho recordou que inúmeros prefeitos acompanham a orientação do seu pai e salientou que ele detém canais de interlocução com outras forças políticas que podem somar em prol de uma virtual candidatura.

A dúvida reinante em setores do PMDB resulta da suposta ambigüidade do ex-governador José Maranhão, que ora considera natural e legítima a candidatura de Veneziano, ora insinua que não pendurou as chuteiras, o que é interpretado, em algumas áreas, como indicativo de que JM pode partir para a disputa de um novo mandato ao Executivo estadual ou, em caso de preservar o compromisso firmado com Veneziano, lutar para concorrer à única vaga de senador que estará em jogo no próximo ano. Maranhão já ocupou o Senado. Foi eleito na campanha de 2002, em que seu “pupilo” Roberto Paulino, exercendo o governo, candidatou-se ao mesmo cargo. Paulino acabou sendo derrotado por Cássio Cunha Lima, que emergia como alternativa no cenário estadual. Cássio ganhou tendo como vice Lauremília Assis, mulher do ex-governador e atual senador Cícero Lucena. Na disputa seguinte, em 2006, quando enfrentou o próprio Maranhão, Cássio logrou reeleger-se, tendo como vice o ex-deputado estadual José Lacerda Neto.

 

O problema de Veneziano é que ele teve que partir muito cedo na ocupação de espaços para a disputa ao governo do Estado. Nos municípios que visita, ele é apresentado como candidato do PMDB e ao mesmo tempo apontado como “a esperança de dias melhores para a Paraíba, sem perseguição a quem quer que seja”. Analistas políticos experientes observam que Veneziano tem a oferecer, na conjuntura de hoje, uma mera perspectiva de poder, o que não significa muita coisa para lideranças municipais, algumas das quais estão procurando o governador Ricardo Coutinho a pretexto de liberar recursos para obras e demandas em seus municípios. Na versão palaciana, esses gestores estão se alinhando, automaticamente, ao projeto político de Ricardo, focado na sua pretensão de ser reeleito. Veneziano e alguns peemedebistas de expressão já tentaram minimizar as reuniões de prefeitos peemedebistas com o governador, apontando-as como parcerias indispensáveis à execução de obras de interesse público. Mas, nos bastidores, tanto o ex-prefeito como outros representantes do PMDB temem o efeito do chamado “rolo compressor” oficial, em 2014, dentro da estratégia de fortalecer a candidatura de Ricardo Coutinho para um novo mandato. Daí a insistência para que Veneziano estreite relações políticas com outros partidos e lideranças, bem como produza fatos que possam devolvê-lo à mídia. O ex-prefeito tem seguido a cartilha, mas não avançou substancialmente no capítulo da obtenção de apoios externos. Continua sendo respeitado dentro do PMDB, mesmo convivendo com resistências localizadas, mas precisará demonstrar musculatura efetiva para ser ungido na convenção do próximo ano.