Estudantes do ensino superior e ensino secundário estão desde segunda-feira (07) ocupando o prédio do IFPB de Cajazeiras em adesão às mobilizações estudantis que estão acontecendo em todo o país contra o governo do presidente Michel Temer (PMDB).
As principais reivindicações são as mesmas que nutrem o levante estudantil nacional: a não aprovação da PEC 55, que congela os investimentos públicos do Governo Federal por 20 anos, e a extinção da proposta de reforma do ensino médio. Os dois projetos são considerados planos estratégicos de atraso social e intelectual pelos manifestantes.
O estudante de Engenharia Civil Hirley Pinheiro avalia que as consequências da PEC 55 vão além do fator econômico e atingem também outros ‘recortes’ sociais cujos grupos obtiveram importantes conquistas nos últimos anos, a exemplo dos negros, das mulheres e da comunidade LGBT.
“Embora vejamos a PEC como um texto, mas há os recortes na influência diante da sociedade. Recortes de classe. Quem é que está se privilegiando com essa PEC? Quem sofre mais com os abusos? Além disso, temos os recortes de diversidade e identidade de gênero, o recorte das mulheres, dos negros, para formar uma conjuntura”, comenta o estudante.
Sobre as críticas que o movimento vêm recebendo, Hirley esclarece que, assim como acontece nas demais ocupações em todo o país, esta no IFPB é pacífica, organizada e procura manter os estudantes em contato com atividades sociais e intelectuais.
“O formato da nossa ocupação é um formato de chamar a sociedade para contribuir, deixando bem claro que essa ocupação é séria, organizada, temos controle, horários, atividades, entre outras coisas.”
Maicon Douglas, estudante do ensino médio, reforça: “A gente não é desocupado. A gente é ocupante por uma única causa, que é a defesa dos nossos direitos. A gente está tentando conscientizar a população do que o governo está fazendo com a gente. Ele está tentando tirar os nossos direitos que a gente lutou para conseguir. Daqui a algum tempo a gente pode não ter isso que a gente está tendo hoje. Essa estrutura, daqui a algum tempo, pode ser somente usada como depósito do governo. A gente quer que os estudantes se unam mais e que venhamos lutar contra o governo. Não existe uma pátria educadora sem os educandos.”
Fonte: Diário do Sertão