O procurador do Trabalho Eduardo Varandas disse na manhã desta terça-feira, 30, sobre a campanha contra o trabalho escravo no Brasil lançada hoje pelo Ministério Público da Paraíba. Ele disse que o país não tem uma epidemia de trabalho escravo, mas destacou que “há muitos casos de paraibanos sendo levados para outros estados com a promessa de trabalho fácil e são escravizados”.
Indagado sobre as campanha, ele disse que “na verdade, uma das forças contra o trabalho escravo é a conscientização do povo, se o trabalhador tiver consciência que, de fato, essas promessas, esse aliciamento que existe em todo o país tem indícios de escravidão, vai amenizar os problemas que acontecem sobretudo no Centro-oeste e Norte do país”.
Varandas falou ainda da exploração de trabalho que acontece no Sudeste com peruanos e bolivianos que vieram para o Brasil em busca de emprego.
Ele destacou que o discernimento das pessoas é mais importante que qualquer punição, “mais do que uma sentença judicial, que muitas vezes não é cumprida, mais do que uma ação que é movida pelo Ministério Público, que muitas vezes tramita lentamente, é a informação do povo brasileiro que precisa estar bem informado para não cair na esparrela do trabalho escravo”, disse.
Sobre o trabalho escravo em pleno século XXI, o procurador afirmou que é um retrato do país que não cuida dos brasileiros, “é o retrato do país repleto de políticos inábeis, é o retrato onde o crime de colarinho branco e a corrupção ainda desviam uma grande quantidade de regras que causam prejuízos à população, precisamos repaginar o país como um todo”, disparou o procurador.
Eduardo Varandas finalizou dizendo que trabalho informal é diferente de trabalho escravo, “informalidade não é o mesmo que trabalho escravo, é extremamente grave, mas não é a mesma coisa”, disse ele.
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