Alguns frequentadores do nosso cafezinho adoram apostar, principalmente quando o objeto ou alvo da aposta é o futuro próximo do ex-governador Cássio Cunha Lima.
Apostaram, por exemplo, que Cássio não comeria (ou comeria) o ovo da Páscoa como senador empossado.
Depois, a aposta passou a ser ‘Cássio não come a pamonha do São João como senador’; ultimamente, apostam se o homem vai ou não desfilar como senador no 7 de Setembro deste ano.
Digo desse jeito porque é assim mesmo que eles apostam no ex-governador e em sua peleja na Justiça para tomar de Wilson Santiago a cadeira no Senado.
Mas o bom dessa história, muitas vezes, é o destino que se dá ao dinheiro ganho com apostas do gênero.
Quem ganhou a aposta da Páscoa, por exemplo, pegou o dinheiro, comprou uns vinte ovos de chocolate e distribuiu com a galera do cafezinho e as moças que trabalham no estabelecimento.
Já o cara que ganhou a do São João ficou nos devendo a pamonha, apesar de ter prometido.
Pouco dinheiro em jogo
São apostas de pouca monta, ainda bem. Cem pratas, no máximo.
Mas todas as apostas são honradas integralmente, porque sacramentadas a partir de quando as duas partes apertam-se as mãos e casam o dinheiro, geralmente grampeando as notas a um guardanapo de papel onde escrevem o que estão apostando.
Invariavelmente, o compromisso firmado tem mais ou menos a seguinte redação: “Fulano diz que o Brasil não chega à final da Copa América e Sicrano diz que chega”.
Juro que não vi até hoje qualquer apostador se quebrar, bater fofo, bater pino. Depois que casam o dinheiro, adeus! E se entregam o dinheiro à guarda de Dona Aline, a gerente do cafezinho, aí é que ninguém desaposta mais.
Apostadores anônimos
Bem, antes de prosseguir peço aos amigos e amigas que entendam porque preservo os nomes dos apostadores. Seria temerário expor qualquer um deles.
Mantê-los no anonimato é o melhor a fazer. Apesar de na maioria dos casos apostarem por pura diversão, sabem como é por aqui… Quando a parada envolve política, é bom não arriscar.
Sob a Nova Paraíba, então, o risco de retaliação por qualquer besteira é grande. Podem apostar.
Lamentavelmente, estamos vivendo tempos muito estranhos na Pequenina, assombrada e perplexa diante de cenas de arapongagens e perseguições explícitas.
E posso garantir que já temos apostas sobre quando essa maré vai acabar.
Cássio, o mais ‘apostado’
De uma forma ou de outra, posso garantir que o Doutor Cássio é, de longe, a personalidade política que atualmente e desde sempre inspira mais apostas no cafezinho.
Mais até que o governador Ricardo Coutinho, que eu julgava ser personagem mais rico para apostas, por conta das incertezas quanto ao sucesso ou insucesso de alguns de seus atos e iniciativas.
Mas, não. Pra vocês terem uma idéia, mesmo quando o assunto dá Ricardo o papel de protagonista, a aposta tem que se referir de algum modo ao relacionamento com Cássio.
A grande questão que diz respeito aos dois, para efeito de apostas, já se tornou recorrente no papo do cafezinho: até quando ou aonde vai a aliança deles?
Alguns mais ousados já apostaram que a aliança não chegaria ao São João. Agora, já estão começando a olhar para o Natal, falando que os dois “não comem juntos o peru…” (sem maldade, por favor).
Até a primeira pesquisa
Nessa, até eu, que não gosto de apostar nem aposto, a não ser na Mega, já tentei algum contendor, mas ninguém topou. Afinal, a minha previsão parece bater com a de todo mundo.
Isso porque tenho dito que a união Cássio-Ricardo vai durar enquanto não sair o resultado da primeira pesquisa séria e de credibilidade sobre intenções de voto para governador nas eleições de 2014.
O prognóstico é fácil de fazer, mas dele não me apercebia nem me dava conta quatro meses após a posse de Ricardo. Só fui enxergar por essa fresta quando um aclamado cientista político do Vale do Piancó me levou até a janela.
Segundo ele, quando a pesquisa apontar o favoritismo de Cássio… Não ele, mas os cassistas mais ortodoxos vão com tudo pra cima do cara, cobrando-lhe assumir posições e candidatura. Aí, o bicho vai pegar.
Fico impressionado, ao ponto de dizer que, se for mesmo assim, vão desmoralizar a máxima edvaldomotiana de que ‘governo a gente deixa pra trair no final’.
Viciado em apostar
|O meu amigo Giel gosta de apostar, mas não em negócio de política, embora não seja homem de fugir de qualquer boa aposta, mesmo as mais ‘perigosas’ e caras.
Sua preferência, contudo, são as apostas bem baratinhas – ‘dezinho’, ‘vintinho’ – como aquelas que ele fazia com Luiz Henrique, amigão e colega dos bons tempos do velho Paraiban.
Giel, flamenguista doente, e Luiz, vascaíno fanático, costumavam assistir pela tevê aos jogos entre os dois grandes do futebol carioca só pelo prazer de apostar.
Reuniam-se num bar dos Bancários, onde apostavam, entre outras, quem bateria o centro, o primeiro escanteio, quem levaria o primeiro cartão e, obviamente, quem faria o primeiro gol.
Mas apostavam também na primeira falta, se o jogo teria alguém expulso e, enquanto o jogo rolava, quantas latinhas de cerveja os torcedores da mesa vizinha consumiriam até o final do primeiro tempo.
Luiz Henrique, segundo Giel, era tão viciado em apostar que se alguém dava pitaco na aposta dele, dizendo-lhe que ele iria perder, ele desafiava no ato:
– Vamo apostar como eu ganho essa aposta?