O novo reitor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Valdiney Veloso Gouveia, recorreu a Procuradoria Geral da Instituição para tentar barrar a paralisação da comunidade acadêmica prevista para esta quarta-feira (18). Em consulta à Procuradoria, o novo reitor pede informações sobre “as implicações jurídicas do ato e eventuais providências que podem ser tomadas” contra a decisão da Assembleia Geral dos Docentes, que aprovou a paralisação.
Em nota, onde denuncia a tentativa, a ADUFPB classifica a decisão de Valdiney como uma afronta à categoria e convoca toda a comunidade acadêmica para o ato de amanhã.
“A Reitoria da UFPB inicia seu não-mandato demonstrando sua face persecutória, e, sem legitimidade, age autoritariamente, tentando atacar o Direito Constitucional que têm os trabalhadores de realizar paralisações. A ADUFPB vem a público denunciar essa tentativa de afronta à categoria docente e repudia essa ação autoritária do gabinete interventor. Não esperem de nós o silêncio dos covardes”, diz trecho da nota.
Paralisação mantida
Os três segmentos que formam a UFPB vão estar unidos nesta quarta-feira (18) em defesa “da autonomia universitária e contra a intervenção, na instituição, de um reitor não eleito”. Professores, servidores técnico-administrativos e estudantes irão realizar um grande ato público para protestar contra o que eles consideram um ataque do presidente Jair Bolsonaro, que ignorou a vontade popular expressa na consulta eleitoral realizada no mês de agosto e nomeou o terceiro colocado.
A concentração ocorrerá. a partir das 16h, na Praça da Paz, no bairro dos Bancários, em João Pessoa. Depois, os manifestantes vão seguir em caminhada até a reitoria do campus I da UFPB. Em respeito aos protocolos sanitários, a organização do movimento pede que os participantes estejam de máscara e levem álcool em gel.
Leia nota da ADUF na íntegra:
A Diretoria Executiva da ADUFPB, após a realização de Assembleia Geral com a categoria docente que deliberou pela paralisação das atividades no próximo dia 18 de novembro de 2020, foi surpreendida por Ofício Eletrônico nº2/2020, do Gabinete do Reitor-Interventor da UFPB, que consulta a Procuradoria Geral da universidade sobre “as implicações jurídicas do ato e eventuais providências que podem ser tomadas” contra a decisão da Assembleia Geral dos Docentes.
Em 42 anos de existência, o Sindicato dos Docentes da Universidade Federal da Paraíba (ADUFPB) sempre se portou com base nos princípios democráticos e no respeito às deliberações de sua instância máxima, a Assembleia Geral Docente, tudo conforme a legislação vigente.
A Reitoria da UFPB inicia seu não-mandato demonstrando sua face persecutória, e, sem legitimidade, age autoritariamente, tentando atacar o Direito Constitucional que têm os trabalhadores de realizar paralisações.
A ADUFPB vem a público denunciar essa tentativa de afronta à categoria docente e repudia essa ação autoritária do gabinete interventor. Não esperem de nós o silêncio dos covardes.
Reforçamos o convite a todos os docentes para o ato público nesta quarta-feira, 18 de novembro de 2020, às 16h, a ser realizado na Praça da Paz, no bairro dos Bancários, para juntos fazermos uma caminhada até a universidade, denunciando a intervenção e informando a população sobre o que está acontecendo na UFPB.
Diretoria Executiva da ADUFPB
17 de novembro de 2020
Fonte: Paraíba Já
Créditos: Paraíba Já