Unidade do PMDB só à beira-mar

Paulo Santos

O PMDB foi buscar argumentos de todos os Tipos e tamanhos para justificar a agonia com que se lançou para apresentar apoio ao candidato do Partido dos Trabalhadores, deputado Luciano Cartaxo, no confronto do segundo turno pela Prefeitura de João Pessoa com o tucano Cícero Lucena.

O grupo que decidiu se alinhar com Cartaxo – Manuel Júnior, Wilson Santiago (pai e filho), Trócolli Júnior, Hugo Motta e Gervásio Maia, entre outros – não tinha nenhum neófito nem desafeto de Cícero. Fizeram todo o caminho em direção ao PT com aquiescência de Maranhão que, horas antes, incorporara a palavra “neutralidade” ao vetusto vocabulário peemedebista.

Um dos observadores do encontro disse que os participantes da demorada reunião na casa do deputado Gervasinho se esmeravam em mostrar, cada um ao seu modo, que era petista desde criancinha. Ninguém falou no “saco da corrupção” mostrado por Maranhão no guia eleitoral, onde o então candidato do PMDB jogou o Jampa Digital, Cuiá, Aerclube, licitações sob investigação da Polícia Federal, etc.

Saiu tudo conforme o script. O PMDB, quando quer, faz direitinho o deve de casa, certo? Errado. O PMDB só chegou até o final da primeira página. O restante do texto que os peemedebistas deveriam ter lido rapidamente está na BR 230, em direção ao Sertão. Atende pelo nome de Campina Grande e lá, como cá, também se vive a expetativa do segundo turno e envolvendo diretamente uma filiada do partido.

Além desses aspectos, ali igualmente está armada a casamata do principal nome para a disputa de 2014 e onde uma derrota da sua candidata a prefeita não apenas interrompe o projeto de ascensão do grupo do senador Vital Filho e do prefeito Veneziano, como dá fôlego ao seu principal adversário.

Impressiona como setores do PMDB se mobilizaram para enfrentar a onda de “neutralidade” que subitamente acometeu vários partidos em relação ao segundo turno pessoense. Talvez alguns não tenham sequer se perguntado porque PT e PSDB sofreram essa onda de rejeição. O PMDB, firme e forte como sempre, não ficou em cima do muro.

Aonde o PMDB mais precisava de apoio: em João Pessoa ou em Campina Grande? A resposta é óbvia porque o partido está no segundo turno na Borborema e onde deveria ser dada a maior demonstração de unidade e onde, presume-se, se dará a arrancada da caravana peemedebista em 2014.

Não há nenhum demérito no fato do PMDB correr para dar apoio ao PT. O partido de Luciano Cartaxo vem apoiando o PMDB em várias eleições. O incompreensível é que os partidários de Maranhão dêem uma demonstração de unidade na Capital e subestimem o valor da aglomeração em torno de Tatiana, Veneziano e Vitalzinho. Nessas horas faz falta a visão maiúscula de lideranças como Humberto Lucena, Antônio Mariz e Ronaldo Cunha Lima do velhor e aguerrido PMDB.