Uma torre de babel

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Arimatea Sousa

A ´liturgia´ da separação

Parece questão de dias o corte do ´cordão umbilical´ que liga Wilson Santiago (pai e filho) e o PMDB.

Wilson Filho admitiu ontem que “estamos avaliando” o desligamento, mas assinalou que “o desconforto é visível” dos dois lados.
Conforme as suas palavras, “o que as bases nos pedirem vai ser o nosso posicionamento”.
O deputado revelou os convites para filiação oriundos das direções nacionais do PDT, PTB, PSC e PT.

Desculpa

Veneziano repudiou publicamente a postura da família: “Não pode o senador Wilson Santiago utilizar pretextos para tomar as suas decisões”.

Pele de cordeiro

O ´V´ esgrimiu adicionalmente Santiago: “Existem alguns que usam uma camisa por fora e estão resguardando outras por dentro”.

Estímulo

O ex-prefeito também se reportou ao encontro do dia anterior com Luciano Agra: “Sua participação será importante.
Se for o caso, uma possível candidatura de Luciano não obstaculará em nada os planos do PMDB e das oposições como um todo. Apenas dará à Paraíba outras opções”.

Pode recuar

Veneziano verbalizou, via sua assessoria, uma declaração surpreendente: “Se houver uma opção em 2014 melhor, seja Luciano ou outro nome, não terei problema algum em retirar meu nome e apoiar”.

Desmentido

O deputado Gervásio Maia (PMDB) teve que negar ontem, outra vez, a sua propalada aproximação de Ricardo Coutinho, apimentada pelo fato de ter participado na quarta-feira de uma inauguração no Sertão ao lado de RC.

“Nada”

“Eu fui convidado para participar do evento e não poderia me furtar. O hospital (inaugurado) era o sonho do meu pai”, explicou o parlamentar, para reiterar: “Não existe nenhuma aliança política”.

Liderança

Como demonstração de que segue firme na oposição, Maia revelou que já conseguiu o endosso da maioria dos deputados para ocupar este ano a liderança da bancada do PMDB na Assembleia Legislativa.

Perceptível

Todavia, o chefe do Gabinete Civil do Governador, deputado Adriano Galdino, afirmou ontem que “percebo que há uma vontade não só do governador, mas também do próprio Gervásio de compor com a base do governo”.

Equacionamento

“É claro que ele (Gervásio) tem as dificuldades dele por pertencer a um partido que faz oposição. Mas com o tempo acredito que essa equação será resolvida e teremos mais um reforço na base do governo”, acrescentou Galdino.

Distensão

Na tarde de quarta-feira, ato contínuo à sessão de instalação do ano legislativo em Campina, o prefeito Romero Rodrigues almoçou com 17 dos 23 vereadores.

Curta duração

Mas a fase ´paz e amor´ suprapartidário não resistiu à primeira sessão seguinte.
E o que se viu ontem, no plenário da Câmara campinense, foi um misto de disposição para o conflito; necessidade de demarcar território em plenário e midiático; e sinalização de que o processo para eleição da atual mesa diretora deixou cicatrizes.

Estopim

Só faltava o pretexto, que logo apareceu: a elevação do número de comissões permanentes de sete para treze, em decorrência do aumento de vereadores na atual legislatura – de 16 para 23.
Apesar da concordância no mérito, a contenda com ânimos exaltados se manifestou na tramitação.

Picadeiro

“Isso aqui não é a casa de noca. Aqui há uma lei maior e um presidente que tem que ser respeitado. O presidente foi escolhido. Isso aqui não pode ser transformado num circo. Se querem fazer palhaçada, tem um circo montado no (bairro) Catolé”, protestou Metuselá Agra (PMDB), frisando que “onde se criam as leis se respeitam as leis”.

Improdutiva

“Foi uma discussão infértil de quase duas horas. Começamos mal. Frustramos a expectativa de quem apostou na renovação”, avaliou posteriormente o vereador Olimpio Oliveira (PMDB).

Recado dado

“Ninguém me grita. Se der um grito, eu darei dois. Responderei na tribuna, não será lá fora. Eu mereço respeito como respeito os meus companheiros”, delimitou o vereador-presidente Nelson Gomes Filho (PRP).

Questões de fundo

Por trás dessa peleja pública, duas questões subjacentes: um atrito entre os vereadores Pimentel Filho (PMDB) e Ivonete Ludgério (PSB), ´herdado´ da legislatura passada; e a disputa entre o próprio Pimentel e Bruno Cunha Lima pela presidência da Comissão de Justiça.

Romero vai ter que promover outras ‘ceias’