Uma imagem nacional para o Sr. Ricardo Coutinho?

João Manoel de Carvalho

Não é sem dúvida despropositada a ideia da assessoria de comunição do governador ricardo Coutinho planejar a projeção nacional de sua imagem política, inclusive já tendo iniciado um trabalho de articulação no sentido de levar o governante paraibano a ocupar os espaços privilegiados das “páginas amarelas” da revista “Veja”.

A iniciativa vem em boa hora, pois a Paraíba está há várias décadas politicamente esquecida e esmaecida, se qualquer brilho no cenário nacional, onde já ocupou generosos espaços, em função da ação ousada e decidida de seus grandes líderes.

A grande e maior expressão política do Estado materializou-se, durante os anos 20, através da figura de Epitácio Pessoa, único paraibano a ocupar a presidência da República, há aproximadamente oitenta anos atrás.

Foi com Epitácio que o nosso Estado ingressou, definitivamente, nos umbrais da celebridade brasileira e galgou projeção nacional, na vida pública. Posteriormente, através de Augusto dos Anjos, que na literatura e mais especificamente pela grandeza e pela musicalidade de sua poesia de dor e melancolia conseguiu a consagração da opinião pública nacional.

Mais tarde, com José Américo de Almeida, a Paraíba voltava a fazer comvergir em torno de si a atenção dos brasileiros, não só na política como na literatura. Foi ministro do Estado, senador e teve seu nome cogitado para candidato à presidência da República. Foi, sem dúvida e mesmo depois, já na vida provecta , no seu retiro de Tambaú, um verdadeiro conselheiro da nação, sendo, obrigatoriamente ouvido sobre as questões que envolvesses os mais importantes interesses nacionais e suas opiniões tinham quase sempre um peso decisivo nos problemas mais criticos dos país.

Outra projeção política nacional foi, sem dúvida, João Agripino Filho. Embora um homem de formação conservadora, conseguiu projetar-se por suas atitudes de rebeldia, que chegaram a atrair a opinião pública brasileira.

Não se pode omitir entre as figuras paraibanas projetadas nacionalmente, mesmo de forma efêmera, a paraibana Luiza Erundina, que, meteoricamente, se projetou para o país, egressa dos sertões paraibanos para tornar-se a prefeita da maior cidade da América Latina do Sul e a meca do capitalismo brasileiro.

Após Luiza Erindina, a vida pública paraibana não mais projetou nenhum dos seus homens públicos. Os nossos políticos amesquinharam-se e a atividade política reduziu-se ao provincianismo, sem um mínimo de grandeza.

É, portanto, pertinente a intenção de conferir ao governador ricardo Coutinho uma projeção nacional e retirar os Estado do fim do poço da mediocridade em que se encontra. Mas para tanto não bastarão só as “páginas amarelas” da revista “Veja”. A sua imagem nacional terá de ser construída na sua atuação em seu Estado de origem – a Paraíba – através de decisões ousadas e de fundo rigorosamente renovador, capazes de consagrá-lo além das fronteiras do Estado.

A volta de Chico Buarque
Chico Buarque está de volta para alegria do grande público brasileiro. Ele retora como o CD “Chico” cujas fachas deliciam o público com letras e músicas inéditas, mostrando a fase antiga e a fase nova de sua criatividade. Depois de cinco anos sem fazer nenhum lançamento musical, os extraordinário compositor revive alguns dos seus melhores momentos em duas faixas do seu novo CD. Há dentro de chico Buarque mais que um formidável músico e escritor, um grande homem.

Encruzilhada
O PMDB está metido em uma encruzilhada bastante difícil. Se o partido se dispuser a disputar a prefeitura de João Pessoa, ficará na constingência  de fazer uma coligação com um outro partido (possivelmente o PSDB) e apoiar a candidatura do ex-prefeito e atual senador Cícero Lucena. Se resolver lançar candidatura própria, não terá outra alternativa senão lançar o nome já bastante desgastado do ex-governador José Maranhão, de quem, segundo a jornalista GisaVeiga, continua refém. É o caso de se dizer: se correr o bicho pega e se ficar o bicho come…

Frase
“Cada vez que se fortalece o poder das grandes empresas multinacionais, mais e mais diminui a capacidade do Estado brasileiro”. (Marco Rochinski, presidente da Federação Nacional dos trabalhadores na agricultura familiar)