Um país paquidérmico

Uma simples licitação tornou-se um cavalo de Troia na administração brasileira e a procura por mecanismos para fugir dessa regra leva muitos gestores a esbarrarem no controle público. Recentemente, a Presidente Dilma e o Congresso promoveram uma nova legislação que contempla a Copa, suas construções e despesas, pois, no passo de cágado em que anda nossa vida, jamais chegaríamos ao jogo inicial com tudo pronto. Uma notícia alvissareira é que essa experiência servirá de piloto e, se for exitosa, será adotada como norma na vida nacional, agilizando assim a máquina oficial e permitindo que a máquina privada corra com mais velocidade.

 

Só quem perde os documentos sabe o calvário para retirá-los outra vez. Quem vende ou compra uma casa paga tantos tributos e remexe tantos papéis que se imagina estar comprando o país. Poucos órgãos como a Receita Federal simplificam a vida de sua clientela. A grande maioria quer cópias com firma reconhecida, documentos originais, duas vias até do batistério e assim por diante. É sempre bom lembrar que quem acabou o comunismo -com toda sua magnificência- não foi o poder americano nem as orações do Papa. Quem acabou e sufocou o comunismo russo foi sua paquidérmica burocracia, que enterrou juntos Marx e Lenine sob uma pilha de papéis.

Deserto
Em plena inclemência da seca não se tem notícia de uma ação efetiva contra a estiagem. São os mesmos remédios tradicionais: carros-pipa; cestas básicas e muita pena, providências que historicamente são de ineficiência comprovada.
É preciso uma ação planejada e perene ou todo o semiárido nordestino vai virar um deserto. A temperatura global aumenta, as secas tornam-se mais perversas e as medidas são as mesmas adotadas no início do século passado.
Precisamos ser mais contemporâneos de nossa realidade ou corremos o risco de perder mais da metade de nossas terras aráveis em pouquíssimos anos.

Gastos
O professor Lúcio Flávio nunca pensou ver desabar sobre ele pilhas de papel higiênico, toneladas de carne e fraldas de bebês. Um cientista político acostumado a tratar com o macro é, entretanto, como autorizador de despesas, o responsável por todos os gastos da Casa Civil.
Mesmo a Granja Santana sendo uma entidade à parte, sua subordinação ao professor Lúcio atrai para ele essa inesperada e pouco palatável surpresa.

Quadro Negro
Campina não deve ter decoração de Natal. O problema é que nenhuma firma quer vender ou negociar materiais e serviços com a municipalidade depois da notícia de um calote geral.
Assim, Papai Noel em Campina vai voar no escuro.
Obra
Campina Grande sempre dá um jeito de sair bem no filme. A cidade deve estar inaugurando em poucos dias a última obra de Oscar Niemeyer, o que deve atrair a mídia nacional para o evento.
E Campina fatura mais uma.

Aumento
A nossa Câmara Municipal vai ficar mais cara aos contribuintes. Novos vereadores e novos salários aumentam o custo do parlamento municipal.
O mínimo que se espera em troca é eficiência e cuidados com a cidade.

Subindo
Alçado ao Senado depois de uma batalha jurídica, Cássio começa a voar mais alto no Congresso. Deve ser o próximo líder do PSDB na Casa e, com isso, mostra seu prestigio e seu preparo para a vida pública.

Voo Cego
Mesmo com todas as recomendações do TCE, muitos Prefeitos derrotados estão dificultando os dados de transição para seu sucessor.
Eles embarcam no comando do município em um voo cego.

Pelas Bordas
Enquanto as lideranças se digladiam nos grandes colégios eleitorais, Ricardo Coutinho come pelas bordas, levando benefícios ao interior.
Essa parece ser sua estratégia. Montar uma base interiorana para depois chegar ao Litoral.

Frases…

Tamanho – Homem e mulher têm apenas pequenas diferenças. Às vezes muito pequenas mesmo.
Cotas – Deviam criar uma cota de brancos para as escolas de samba.
Dominical – Segunda nunca é 10.