Um paço, um Palácio...

Paulo Santos

Ainda surfando nas ondas das eleições de 2012 quando elegeu Luciano Cartaxo prefeito de João Pessoa, vários pelo interior afora, além de vice-prefeitos e vereadores, o PT da Paraíba sonha alto e, como aconteceu há pouco menos de um ano, quer fazer mais um voo-solo, desta vez em direção ao Palácio da Redenção.

O tema da candidatura própria é recorrente no discurso de dirigentes petistas paraibanos, mas ainda não há quem mate ou morra pela ideia. Não é uma tese esdrúxula, evidente, porque o PT está estruturado em todo o Estado, ganhou visibilidade a partir da Capital e quer sair do incômodo papel de eterno coadjuvante.

O problema é saber quem será o “Luciano Cartaxo” que vai virar esse jogo. O atual prefeito da Capital demorou 20 anos acalentando o sonho de conquistar o Paço Municipal depois de acompanhar derrotas como as de Chico Lopes, Luiz Couto e Avenzoar Arruda que algumas vezes fizeram estremecer os arraiais conservadores.

Em nível estadual, todas as candidaturas petistas ao Palácio da Redenção foram lançadas para marcar presença. O máximo que o partido conquistou foi a vice-governadoria com o próprio Cartaxo aliado a Maranhão e tentou repetir o feito quatro anos depois, com Rodrigo Soares, sem lograr êxito.

O PT não pode – nem deve – imaginar que o eleitorado da Capital é um resumo do Estado e, por isso, automaticamente estaria habilitado a disputar a cadeira de Governador apenas embasado na vitória que obteve há seis meses nos limites entre o Oceano Atlântico e o rio Sanhauá.

Ganhar o Paço Municipal em João Pessoa foi um desafio que só uns poucos, dentro e fora do PT, acreditavam. Ganhar o Palácio da Redenção, porém, são outros quinhentos. Não está fora das cogitações, mas pode não estar ainda no horóscopo do PT, sobretudo porque as principais forças – PSDB e PMDB – começam a mostrar armas para a luta.

É legítimo que os petistas – dirigentes e militantes – também queiram fazer prosperar o sonho de chegar ao mais alto grau de poder político e administrativo do Estado, como chegaram ao nível federal, mas essa tese se ressente de objetividade, de senso maior de unidade.

INVASÃO
Em ambientes onde se respira política correm soltos os rumores de que alguns dos atuais filiados ao PPS paraibano que não concordam com a fusão com o PMN arrumam as malas para desembarcar possivelmente no Partido Verde. O ex-deputado e ex-sargento Dênis que se cuide.
PREVENÇÃO
Dois garotos – um de 15 anos e outro de 16 – participaram de uma bebedeira neste sábado (18) até perto da madrugada deste domingo (19), na localidade Nova Mangabeira, no bairro Valentina Figueiredo. Após saírem do bar, o de 15 assassinou, a golpes de faca, o de 16. A Polícia apreendeu o criminoso. Ponto para a Polícia. Poderia ser apenas mais um fato sórdido se não tivesse outro crime aí embutido: o bar que aceita menores consumindo bebida alcóolica não será incomodado – mesmo comprovadamente responsável indireto pelo homicídio – por quem deveria efetuar fiscalizações. Os donos de bares fingem que proíbem menores bebendo e os órgãos repressores – Polícia, Ministério Público, etc. – fingem que fazem suas tarefas.