Diante de diferentes relatos no âmbito da ação que apura se a chapa de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB) cometeu abuso de poder político e econômico para se reeleger em 2014, o ministro Herman Benjamin, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), decidiu fazer uma acareação entre três delatores da Odebrecht que já prestaram depoimento à Justiça Eleitoral.
Segundo o TSE, a acareação será feita na próxima sexta-feira, às 16h, entre o ex-presidente da empreiteira Marcelo Odebrecht, o ex-diretor do departamento de propinas da empresa, Hilberto Mascarenhas, e o ex-diretor de Relações Institucionais em Brasília Cláudio Melo Filho. Apenas Melo Filho irá pessoalmente ao edifício-sede do TSE, na capital federal; Mascarenhas e Odebrecht participarão da acareação por meio de videoconferência, informou a Corte Eleitoral.
Em seu depoimento à Justiça Eleitoral, Marcelo Odebrecht confirmou que recebeu do presidente Michel Temer, durante um jantar no Palácio do Jaburu, em maio de 2014, um pedido por doações eleitorais a campanhas do PMDB, mas ponderou que o assunto foi tratado de “maneira genérica” e negou que tenha acertado valores com o peemedebista, então vice-presidente.
Conforme revelou VEJA em dezembro, Cláudio Melo Filho relatou ao Ministério Público Federal que Temer e Odebrecht combinaram repasses de 10 milhões de reais, divididos em 4 milhões de reais ao ministro licenciado da Casa Civil, Eliseu Padilha, e seis milhões de reais à campanha de Paulo Skaf, candidato do PMDB ao governo de São Paulo em 2014.
Hilberto Mascarenhas afirmou em depoimento ao TSE que o Departamento de Operações Estruturadas da empreiteira, onde eram organizados os pagamentos de propina, desembolsou 3,39 bilhões de dólares em caixa dois a campanhas entre 2006 e 2014, o equivalente a 10,5 bilhões de reais em valores atualizados.
Fonte: Veja