Tosquiando as ovelhas

Sejamos sinceros. Foi a Igreja Católica quem deu o pontapé inicial. Nos tempos idos, uma relação espúria entre Igreja e Estado garantiu que a Santa Sé estaria livre de todos os impostos e tributos, cobrados por barões, condes e reis. Estabeleceu-se assim o privilégio que por extensão foi concedido a todas as religiões e a todos os conglomerados que exploram a fé. Como o Santo Papa não pagava, ninguém também paga e isso tornou a fundação de uma igreja um dos melhores negócios financeiros que existe no mundo, ao lado da indústria petrolífera e do narcotráfico.

Hoje qualquer mequetrefe abre uma Igreja e cria uma nova teologia voltada para seu bolso. Essa inflação de Edir Macedo, Malafaias e Valdomiros é permitida pela nossa branda legislação que deixa a Deus o que seria dele e não recolhe o que é de César. Assim surgem figuras esdrúxulas como esse pastor carioca que praticava estranhos exorcismos violando sexualmente suas ovelhinhas em nome da salvação. Pastor esse que mora na Atlântica, possui uma frota de carros importados e tem ligações íntimas com o tráfico e o crime organizado. E mesmo assim não paga impostos.

Alguma coisa tem de ser feita para chamar esse feito à ordem, para que cesse essa exploração da fé de ingênuos e analfabetos, levados a pagar sua estada no Céu e enriquecer falsos pastores. Ou se faz isso ou essas igrejas, pelo poderio econômico e poder de persuasão junto aos eleitores, vão acabar tornando esse Brasil uma república teocrática onde cada ovelha recebe a sua tosquia conforme seus ganhos.

Debandada
Iraê Lucena e Nivaldo Manoel anunciam sua saída do PMDB, a legenda da família Maranhão. É de se anotar que o PMDB ultimamente só tem tido defecções, quando não é gente que sai, são prefeitos que migram para o colo governamental.

Como um partido nessa situação pretende chegar com força à eleição é uma pergunta que se faz, pois não são novatos que abandonam suas fileiras, mas velhos e históricos militantes com potencial de votos.

Uma prova de que os afiliados não concordam com a atual direção do partido, nem com seus métodos pouco democráticos. Por isso arrumam as malas e partem.
Vernáculo
Alguém me explica? Como viaturas são compradas, pinta-se a identificação e comete-se uma gafe cavalar como acentuar o L de polícia em vez do I.
E mais ainda. Como isso passa por todo primeiro escalão do Governo – incluindo aí a Comunicação – e os carros são expostos para galhofa pública? É uma demonstração de que o vernáculo não é bem tratado aqui na Paraíba.
É o tipo de erro inadmissível, injustificável e inexplicável.
Mau Gosto

Nossa estranha legislação, que proíbe edifícios altos na orla, gerou um punhado de pequenos e horrendos prédios que enfeiam ainda mais a praia.
É mais negócio perder o sol que a beleza.
Números
Míseros aumentos de três ou cinco por cento em nada aliviam a situação dos funcionários submetidos a uma inflação que aumenta a cada dia.
No fim é tudo jogo de cena.