Tínhamos Muito Mais a Dar...

Bruno Filho

Era o que eu estava esperando ansiosamente, um exemplo apenas para mostrar que poderiamos ter contribuído com alguma coisa para esta Copa do Mundo.Na vida é muito melhor tentar e errar do que se omitir.Não aguento “comer bola”,fico danado da vida em ter a sensação de não ter tentado pelo menos, não aceito isso.Quem sabe ainda temos algum tempo.

A imprensa acostumada, na maioria das vêzes, em dar maior ênfase a êrros do que à acertos, até pela cobrança que sofre de seus leitores e ouvintes,que como o ser humano em geral tem predileção pelo caos, se esquece de destacar fatos positivos que ocorrem. Ontem durante uma reportagem que assisti fiquei feliz ao tomar conhecimento de algo ligado ao esporte.

Fiquei sabendo que estàvamos em pleno Campeonato Sul-Americano Escolar e que a modalidade mais importante dos jogos, e não só destes jogos, mas de todos inclusive da Olimpíada, estavam sendo disputadas nas pistas e com os equipamentos da UFPB, já que a sede de origem dos jogos,cidade de Natal, não possui instalaçoes adequadas á modalidade, como as nossas.

Era o que eu precisava.Então era possível ? Se ocorreu nos Jogos Estudantis poderia acontecer também na Copa do Mundo, por quê não ? Claro que Copa é outra história,mas certamente poderíamos fazer alguma coisa, nem que fosse fornecer algum local para treinamentos de qualquer que seja a Seleção.Na Copa não jogam só os grandes países do Mundo,há participação de Seleções mais fracas.E não existem só os jogos,existe uma estrutura por trás.

Outro detalhe…uma das sedes da Copa é exatamente Natal.Arena das Dunas.Se não podemos no momento nos comparar a Recife,nada devemos a Natal.É uma grande cidade, tem um dos maiores aeroportos do Brasil,é chegada e partida de voos internacionais, reconhecemos tudo isso.Não quero absolutamente tirar o brilho da capital do Rio Grande do Norte.

Concluo, que poderíamos participar de alguma coisa.Repito,não sei se ainda existe tempo para algo, mas faço um apelo aos dirigentes, políticos, além dos empresários da iniciativa privada.Tentem…o exemplo da UFPB mostrou que é possível, nem que seja para marcar apenas a presença do nosso Estado neste que é o segundo maior evento esportivo do Mundo, e para alguns o primeiro.

São menos de 200 kilômetros que nos separam da capital dos potiguares, então mãos à obra.De qualquer forma se nada for conseguido fica o histórico da “briga”, o histórico da luta, que sempre povoou o espírito paraibano.Há séculos somos um povo de luta, e provamos isso em inúmeras batalhas sangrentas que travamos nesses anos todos.

Sei que à frente de um teclado, que hoje é de um computador, e no passado foi de antigas máquinas de escrever, é muito mais fácil resolver as coisas,reconheço que palavra proferida tem a força de uma lança,um microfone é uma poderosa arma,mas que na prática em muitas ocasiões não pode resolver simplesmente nada.Falar e escrever é mais fácil do que realizar,mas é um início.Então assim é que me balizo na minha profissão.

Não pretendo ser uma voz uníssona, porém quero ser mais uma voz que acrescente, e acho que posso contribuir.Farei isso,até que me permitam,e com muito gosto.Se conseguir ajudar a trazer para cá um evento sequer estarei feliz, nem que seja da Seleção que vai ficar na última posição do campeonato.Seja ela africana,asiática,européia ou de qualquer lugar desse imenso planêta.

A última Copa do Mundo em nossa terra foi em 1950.Não é possível que depois de tantos anos não conseguimos evoluir em nada.Muita coisa mudou e para melhor, o principal foi certamente aprimorado e a maioria das coisas mantidas.A beleza natural é uma delas,encanta o mundo há séculos,afinal somos a segunda cidade mais arborizada do Mundo.Só isso já valeria a pena !

Bruno Filho,jornalista e radialista,hoje um paraibano de coração que sofre ao não ver luta, mesmo que com derrota.Vamos tentar !

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