Por Gutemberg Cardoso
Os últimos acontecimentos da política paraibana apontam que muitos dos líderes emergentes ou de segunda grandeza no Estado vão ter que agir com coragem ou rever seus projetos mais ousados. A decisão de Agra optando pelo PEN começa a por em cheque os planos dos que apostam que vão conseguir uma vaga na chapa executiva do governo ou da oposição. Quer ver, vejamos: Wilson Santiago, Aguinaldo Ribeiro, Wellington Roberto, Efraim Morais e Rômulo Gouveia podem refazer seus planos e parar de sonhar em vagas de senador ou vice nas duas únicas chapas possíveis até o momento para 2014. Na oposição, Veneziano só pode oferecer a vaga de vice, que está reservada para Luciano Agra. A vaga de senador será de Maranhão e ninguém tem dúvida disso. Deste modo não existirá vaga para Wilson Santiago do PTB nem para Wellington Roberto do PR. Eles deverão se contentar com suplências de senador ou outras “compensações”.
Na situação, Ricardo Coutinho mesmo desejando indicar um vice de extrema confiança sabe que terá que abrir mão das duas vagas (vice/senador) para ter o aval de Cássio. Alguém tem dúvida de que um nome com sangue Cunha Lima vai figurar como vice ou senador na chapa de Ricardo? Eu não tenho. Portanto, só restará uma vaga para Ruy Carneiro ou Cícero Lucena, representando o PSDB. Do mesmo lado, Rômulo Gouveia do PSD já sabe que não será o indicado e luta para ter o direito de sair candidato alternativo, isto se não for vetado por Cícero ou Ruy. Efraim Morais do DEM, este é que não tem chances de figurar na executiva. Por sua fidelidade e sacrifício do seu filho que topou ser o vice de Estela em 2012 bem que merecia. O DEM vai ter que brigar para emplacar uma suplência.
Alguém pode lembrar: Cássio tem tudo para romper e decidir disputar o governo. Hoje, não mais acredito nesta possibilidade. O senador Cássio já está umbilicalmente, moralmente e financeiramente comprometido com Ricardo Coutinho. Sem falar nos problemas jurídicos a serem suplantados. Outro logo pergunta: e o PT da Paraíba com toda a força de Luciano Cartaxo na prefeitura da capital vai ficar de fora dessa festa? Lógico que não, pois deve caber ao partido de Dilma encorajar todos estes líderes, que certamente vão sobrar na curva, para estabelecer uma terceira opção política viável para os paraibanos. É bom lembrar que no início da última eleição o nome de Cartaxo era cotado sem a mínima chance e no entanto está aí prefeito se credenciando como um dos grandes líderes do Estado. Na eleição da capital foram a terceira e quarta via que disputaram o segundo turno.
Para o bem da Paraíba seria excelente uma terceira força na disputa de 2014. Resta saber se estes apontados para suplentes na conjuntura atual da disputa vão ter coragem de ir a luta e correr o risco. Ou se arriscam numa terceira via ou terão que assistir e aplaudir Ricardo e Veneziano se digladiarem pelo comando do Estado.