Michel Temer admitiu hoje que participou da reunião onde foi acertado o pagamento de propina de 40 milhões de dólares ao PMDB. “Participei de reunião em 2010 com representante de uma das maiores empresas do País”, disse o peemedebista. “A mentira é que eu teria ouvido referência a valores ou negócios escusos da empresa”, afirmou.
“Isso jamais aconteceu. Nem nessa reunião nem em qualquer outra reunião que eu tenha feito ao longo de minha vida pública com qualquer pessoa física ou jurídica. Jamais colocaria a minha biografia em risco”, disse.
“O verdadeiro homem público tem que estar à altura dos seus desafios que envolvem bons momentos e momentos de profundo desconforto. Minha maior aliada é a verdade, matéria-prima do Poder Judiciário, que revelará toda a verdade dos fatos”.
A delação
Segundo o delator Márcio Faria da Silva, o encontro aconteceu no escritório político de Temer em São Paulo, em 2010, e o valor se referia a 5 por cento de um contrato da Odebrecht com a Petrobras.
“Totalmente vantagem indevida, porque era um percentual em cima de um contrato”, disse Faria no depoimento, quando perguntado se havia ficado claro na reunião que o repasse era relativo a pagamento de propina.
Além de Temer, também participaram da reunião os ex-deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), de acordo com o depoimento do delator, que foi divulgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na quarta-feira após a retirada do sigilo sobre as delações da Odebrecht.
Segundo o delator, a reunião com a presença de Temer foi convocada como uma forma de “confirmação” para um acerto que já havia sido feito anteriormente por um intermediário do PMDB junto à Petrobras. O acordo dizia respeito a um contrato de 825 milhões de dólares para a manutenção de ativos da Petrobras em nove países, que foi vencido pela Odebrecht por meio de fraude no processo licitatório.
Fonte: Brasil 247