Quem apostava que os mensaleiros não iam para a cadeia, perdeu. Decisão da noite de ontem pôs fim à protelação. Os engravatados, os grandes do poder, que tiraram dinheiro dos cofres públicos para comprar parlamentares na mais alta câmara do País, finalmente vão experimentar a cadeia. A decisão é peremptória, nos próximos dias sairão os mandados de prisão, ex-deputados, ex-ministros, figurões, inclusive, ele, o maior, José Dirceu, do Planalto para a Cadeia.
Enquanto comemoramos este feito da mais alta corte da nação, com esta decisão histórica e corajosa que será exemplo para o mundo, nos demais estados, inclusive, aqui na Paraíba, o que percebemos é que o poder maior, o poder da caneta, o poder do dinheiro, o poder da influência ainda reina na nossa pequenina Paraíba. O poder maior sempre manda, decisões em tribunais de contas, decisões em tribunais de justiça, decisões em Ministério Público e decisões em vários outros órgãos, frustram a sociedade porque prevalece sempre o jeitinho brasileiro. No caso aí o jeitinho paraibano. Quantas decisões vergonhosas que mereciam punições, condenações, mas o jeitinho paraibano prevaleceu? Querem um exemplo? A farra de camarão, lagosta, fraldas caras e tudo mais, nas contas da granja do Governo. O que deu no Tribunal de Contas do Estado? Os votos dos ‘Cunha Lima’, que condenaram em uma semana, ‘descondenaram’ na semana seguinte.
É sempre assim, a gente comemora uma decisão histórica na mais alta corte, mas lamenta o jeitinho paraibano de julgar e de decidir, afinal de contas, o fisiologismo, a barganha e o medo de quem tem o poder de julgar e condenar sempre prevalece.
Veja a diferença, enquanto o Ministro Barbosa prende os mensaleiros, aqui o TJ coloca em liberdade no mesmo dia o juiz Edvaldo Albuquerque. Pode ?
É uma pena que a Paraíba que já teve exemplos de julgamento, punição e destemor, tenha, nos dias atuais, poderes podres. Podres poderes!