Enquanto a equipe de marketing que cuida da imagem do presidente da república e da sua esposa Marcela definida como “recatada e do lar, a sogra de Temer “não está nem aí” para formalidades, muito menos para a necessária e quase obrigatória discrição que deve cercar a família que “está” nos Palácio do Planalto, Jaburú e Alvorada. Dona Norma Tedeschi “pisou na bola”. Chamou para si os holofotes que foram “cuidadosamente” desviados de Marcela. Um show de Funk não é programa para a sogra do presidente. Não se trata de preconceito do editor do Cristalvox… Apenas a comprovação de que falta “estrada e preparo” para enfrentar a nova vida que o destino reservou para a matriarca da família Tedeschi.
“Às 2h deste domingo (12), o MC G15 sobe ao palco do Net Live, em Brasília, e exalta a plateia: “Vocês querem putaria?”. Diante do sim em uníssono, o funkeiro entoa o primeiro verso do hit do verão “Deu Onda”, em sua versão sem censura: “Eu preciso te f…”, no lugar de “Eu preciso ter você”.
Em um dos lounges VIPs, um grupo animado brinca com a senhora que os acompanha, fingindo tampar seus ouvidos para que ela não ouça o palavrão que faz vibrar um público composto em sua maioria de adolescentes e jovens na faixa dos 20 anos.
Aos 63, Norma Tedeschi, uma das convidadas do camarote Gold do Fest Verão, entra no clima da balada de pré-Carnaval brasiliense.
Com seus cabelos longos e louros, roupas elegantes (camisa de seda, saia na altura do joelho e sandália vermelha de salto agulha), a sogra do presidente Michel Temer engrossa o coro do sucesso que já teve mais de 160 milhões de visualizações no YouTube.
A mãe da primeira-dama, Marcela Temer, e todos à volta sabem de cor a letra que fez o jovem da Baixada Fluminense Gabriel Soares, 18, virar sensação do funk carioca:
“Eu não preciso mais beber/ E nem fumar maconha/ Que a sua presença me deu onda/ O seu sorriso me dá onda/ Você sentando, mozão, me deu onda.”
No refrão “O pai te ama”, o MC troca a versão feita para tocar nas rádios pela que bomba em canais no YouTube, em que o artigo definido “O” é trocado pelo pronome possessivo “meu”, enquanto o “I” vira “U” na palavra pai.
A letra explícita embala a coreografia em que as mãos se movem imitando uma onda. Norma registra tudo pelo celular, faz diversas selfies, mostrando-se à vontade no show e integrada ao grupo.
Ela chegou à casa de espetáculos por volta da 0h30, acompanhada de outra senhora, dois jovens e um casal. Um dos rapazes da turma estava vestido como manda o figurino dos bailes funks –camiseta larga, estilo de rappers americanos, com as inscrição na barra: “party drink sleep RT”.
Ele é o primeiro a tirar Norma para dançar, ao som do sertanejo Thales Lessa.
No final da noite, quando conversava com um produtor, Norma falou rapidamente com a Folha. “Fui convidada e moro aqui perto”, respondeu, ao ser questionada se gostou da balada.
Desde a posse de Temer, ela passou a viver com a filha, Marcela, o genro, Michel, e o neto, Michelzinho, no Palácio do Jaburu, em Brasília.
A residência oficial da vice-presidência da República fica a 3,4 km de distância do Net Live e serve agora ao casal presidencial. “Mas eu vim autorizada por todo mundo. Pelo genro, pela filha e pelo netinho”, brincou Norma, encerrando com seu largo sorriso a conversa, dizendo que não estava autorizada a dar entrevistas.
O genro e a filha vivem um período turbulento em razão da divulgação de ameaças feitas por um hacker à primeira-dama, após ter tido acesso ao conteúdo de seu telefone celular.
O produtor Junior Gold levou a mãe de Marcela Temer ao camarim do MC G15 e também à lateral do palco.
No lounge, os dois tiraram selfies e bateram papo enquanto uma banda de axé continuava a festa.
“Ela é uma amiga, uma pessoa maravilhosa”, disse Junior, sobre a convidada ilustre, que só deixou a balada depois das 4h.
Em seu Instagram, Norma Tedeschi não havia postado nenhuma selfie ou vídeo feitos no Fest Verão até a tarde de domingo. Na quinta-feira, no entanto, ela postou o convite e o kit VIP, com havaianas e uma minigarrafa de espumante, recebido de um patrocinador do show, as Óticas Diniz.
Para pagantes, o acesso ao camarote foi vendido por R$ 240. O ingresso dava direito a ficar também na pista em frente ao palco e a um serviço de “open food” até as 2h.
“Foi top”, resumiu uma adolescente de 14 anos acompanhada da mãe.
O pré-Carnaval só não foi perfeito pelo fato de o MC G15, que cobra R$ 50 mil por apresentação e faz em média 50 shows por mês, ter ficado menos de 15 minutos no palco.
A atração principal da noite saiu às pressas para se apresentar em Goiânia. Fim da balada para a “primeira-sogra” e para a maioria do público brasiliense que foi ali só para ver o funkeiro sensação. Deu pouca onda.
Fonte: Cristal Vox