Sobrou pros garis

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Marcos Tavares

Não faz 15 dias e estávamos todos nas ruas, cheios de civismo, de boas intenções e principalmente de raiva. Raiva contra um governo incapaz, uma classe política duvidosa e uma gestão que não olha o povo. Jovens, velhos, crianças, todos tomaram as ruas e enfrentaram galhardamente a polícia dando uma clara impressão que nossa paciência havia acabado e que algo muito importante iria acontecer.

Não aconteceu. Nossa primavera cívica foi fugaz e passageira, nada ou muito pouco deixou de positivo e devagar o monstro que é a máquina pública volta a funcionar no seu ritmo.

Afinal o que conseguimos parando avenidas, estradas e tornando mais caótico um trânsito que já é ruim? De concreto nada. Dilma – a búlgara – acenou com um plebiscito, mas o Congresso habilmente vai engessando a ideia até que ela acaba esquecida numa gaveta. Caíram alguns centavos nas passagens de ônibus, mas isso não justificaria tanto estardalhaço nem tanto patriotismo. Reforma política – que ninguém pediu – essa não vai sair e a próxima eleição vai ocorrer com todas as velhas e queridas regras que permitem tudo a uma minoria e negam quase tudo ao povo.

Os únicos prejudicados foram os garis com montanhas de papel para varrer e reciclar depois de cada manifestação. Aqui e ali um lojista perdeu uma vitrine, um banco perdeu alguns caixas eletrônicos, mas salvaram-se todas as almas, principalmente as mais pecaminosas que detêm o comando político e econômico desse país que encolhe seu crescimento a cada dia. Foi pouco, muito pouco para tanto barulho e tanto festejo. Nossa revolução foi de papel e o papel os lixeiros já recolheram.

Leitura
Uma leitura totalmente equivocada a que faz o deputado Manuel Júnior ao dizer que Ricardo “é presa fácil” numa disputa à reeleição.
Não é não Júnior. Primeiro porque ele está e continuará com a caneta e essa caneta pesa politicamente muito como o próprio deputado deve saber.
Em segundo lugar, Ricardo não estará só. A preço de hoje ela carrega consigo o prestigioso nome de Cássio Cunha Lima, a maior liderança política do Estado sem que ninguém conteste.
Assim, se o objetivo foi alfinetar o atual governador, valeu, mas se essa for a leitura corrente dentro do PMDB, ele caminha para outra surra homérica a ser juntada às que já levou.
Sofá
O tamanho de Campina Grande e sua importância na economia estadual e nordestina não mais permitem fatos como o que foi mostrado na televisão: um parto sendo feito num sofá no corredor de um hospital.
Seja qual for o problema, superlotação, falta de leitos ou médicos, uma cena dessas fica difícil de ser esquecida e tira de Campina o brilhantismo de uma cidade que quer fazer aviões.
Providências urgentes precisam ser tomadas, mudanças feitas se necessário para que esse constrangimento não se repita.


Caótico

Notícias dão conta de que o hospital público de Bayeux seria interditado pelo Conselho de Enfermagem.
Esse caos na cidade vizinha apenas aumentaria a sobrecarga na capital.


Namoro

O PT da capital quer candidato próprio, mas o PT de Campina indica claramente que quer entrar na dança com Veneziano Vital.
São dois municípios e dois PTs.

Problema
Continua nas mãos de Cássio Cunha Lima o problema de contemplar – sem ferir susceptibilidades – Cícero Lucena e Ricardo Coutinho na próxima eleição.
O palanque fica cada vez menor para conter os dois.

Mexida
Por que, justamente quando o povo está nas ruas e a vigilância dobrada, o Estado resolve lançar um edital para comprar mais uma aeronave?
Só quem está procurando encrenca. E da grossa, como farinha de feira.

Atraso
Um morto por leptospirose na capital.
É uma doença típica da falta de higiene, pobreza e total falta de assistência médica.

Revoada
Em Portugal, é comemorada com festas a notícia de que Dilma contrataria médicos lusitanos para trabalhar no Brasil.
Já estão aparelhando as caravelas para fazerem-se ao mar.
Frases…

Frase Fatal 1 – No final de semana te pago.
Frase fatal 2 – É uma cirurgia aparentemente simples…
Frase fatal 3 – O freio está em ordem?