O mapa da disputa por 27 cadeiras do Senado indica o enfraquecimento do PMDB, dono hoje da maior bancada da Casa, e o crescimento de partidos como o PT e o PSB.
O partido do atual presidente da Casa, Renan Calheiros, tem hoje 20 dos 81 senadores. Mas sete encerram seus mandatos em janeiro próximo e somente Kátia Abreu (TO) tentará a reeleição.
Para compensar essa sangria, o partido terá que apostar em novos nomes, como Dário Berger (SC) e Geddel Vieira Lima (BA).
O temor do PMDB é perder o posto de maior bancada para o PT, hoje com 13 senadores, mas com apenas três em fim de mandato: Eduardo Suplicy (PT) e os suplentes Ana Rita (ES) e Aníbal Diniz (AC).
“Se o partido não fizer um esforço para impulsionar candidaturas competitivas, [a perda da maioria no Senado] é um risco real”, afirma Geddel, que disputa a eleição na Bahia e apoiará Aécio Neves (PSDB) para presidente.
O PT está otimista: tem 12 candidaturas certas ao Senado e mais duas (PB e AM) que estão sub judice por ações movidas pelo diretório nacional, que quer apoio a aliados.
“Difícil ter maioria, mas vamos reduzir significativamente a diferença para o PMDB”, diz Humberto Costa (PT-PE), líder do partido no Senado.
No campo das oposições, o PSDB deve ter uma renovação substancial na bancada.
Dos 11 senadores, cinco encerram o mandato, e só Álvaro Dias (PR) e Mário Couto (PA) disputam a reeleição.
Entretanto o partido aposta nos retornos ao Senado de José Serra (SP) e de Tasso Jereissati (CE), além de nomes novos, como o dos ex-governadores Antonio Anastasia (MG) e Anchieta Júnior (RR).
“Certamente teremos uma bancada experiente e com muita influência, o que será fundamental no governo com a vitória de Aécio”, avalia o senador Álvaro Dias, vice-presidente do PSDB.
O PSB, partido do presidenciável Eduardo Campos, tem atualmente quatro senadores, mas todos encerram seus mandatos em 2019.
Além disso, o partido possui candidatos competitivos em sete Estados, o que representa a oportunidade de ao menos dobrar a sua atual bancada na legislatura que será eleita agora e se inicia em fevereiro do ano que vem.
“Com uma bancada forte no Senado muda tudo. Passaremos a ter mais força e teremos que ter ouvidos”, afirma Roberto Amaral, vice-presidente do partido.
O PTB tende a ter uma das principais baixas: com seis senadores, cinco concluem o mandato em janeiro. Fernando Collor (AL), Gim Argello (DF) e Mozarildo Cavalcanti (RR) disputam a eleição, e o partido terá candidatos novos na Paraíba e no Piauí.
“A intenção é manter a bancada do mesmo tamanho”, diz Benito Gama, presidente nacional do PTB. Contudo, dos cinco candidatos, apenas Collor (PTB) lidera as pesquisas já registradas.
Nestas eleições, o Senado terá uma forte renovação. Dos 27 senadores em final de mandato, só dez disputam a reeleição -menor índice desde as eleições de 1998.
Para Antônio Augusto de Queiroz, diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), é uma oportunidade para “oxigenar o Senado e reduzir a força das oligarquias”.
Valor Econômico