Site de adultério diz que São Paulo é a cidade mais infiel do mundo

Cidade tem 374.554 usuários

ashley maddisonA informação mais pessoal dos 34 milhões de usuários registrados no site Ashley Madison já era de domínio público. Ainda assim, a empresa Tecnilógica quis dar um passo além e, para isso, utilizou os dados publicados por hackers para realizar um mapa que localiza por cidades os usuários desse serviço de busca de sexo extraconjugal. O resultado permite comprovar que o Ashley Madison tem clientes em mais de 50.000 municípios distribuídos por 48 países, e que a maioria deles é homem: 86,2% do total. São Paulo, com 374.554 usuários, é a cidade do planeta com mais registrados. É seguida por Nova York (EUA), com 268.247 e Sydney (Austrália), com 253.860.

“Para formar parte de nosso estudo as cidades tinham que ter pelo menos dez usuários”, explica Juan Alonso, diretor técnico da Tecnilógica. A empresa espanhola já havia feito antes mapas semelhantes para visualizar dados, como é o caso das ruas de Madri que têm nome de pessoas. Agora, quis aproveitar a polêmica provocada pelo furto e publicação da lista de clientes do Ashley Madison para que seu trabalho tenha visibilidade, observa Alonso.

Antes de realizar o projeto, e depois de baixado o arquivo que continha os perfis dos registrados, a Tecnilógica eliminou a informação pessoal para construir um aplicativo que organizasse por cidades as pessoas que usam esse site para relacionar-se sexualmente. “Nós fizemos por município porque não apareciam dados por regiões, e por países seria uma visão genérica demais”, diz.

“Tínhamos um material bruto que não nos dizia nada e queríamos conhecer mais dados”, prossegue o diretor técnico da Tecnilógica. Além de confirmar que a maioria dos registrados é homem, a empresa comprovou que em países como Japão, Índia, Brasil e África do Sul o porcentual de mulheres que usam o site de encontros é muito maior do que em outros lugares do mundo.

Alonso afirma que sua empresa não tem medo de represálias judiciais porque se limitou a traduzir “uma informação que está rodando na Internet desde que foi vazada”. Além do mais, ele garante que o projeto não revela dados que possam identificar os usuários “Nós nos limitamos a estudar a informação e comunicar propostas. Nem sequer temos guardados em nossa página os perfis dos usuários”, conclui Alonso.

Os dados dos registrados no site Ashley Madison foram tornados públicos em 19 de agosto por um grupo de hackers autodenominado Impact Team. Fizeram isso com o objetivo declarado de demonstrar que a página era uma farsa, já que contava com milhares de perfis falsos de mulheres. As informações dos usuários foram furtadas antes de 20 de julho. Nesse dia, a empresa Avid Life Media, proprietária do Ashley Madison e outros sites similares, admitiu que tinha sido vítima de um ataque cibernético.

El País