Sindicalistas veem divergências em empréstimo

Sindicalistas representantes dos servidores da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT) se uniram aos deputados estaduais que estão contrários ao projeto do Governo do Estado para que seja avalista de um empréstimo de R$ 150 milhões na Caixa Econômica, para sanar as dívidas da empresa. O grupo foi recebido ontem pelo deputado Gervásio Maia (PMDB), que acredita que a liberação dos recursos não deve entrar na pauta de votação em plenário hoje, bem como enquanto os esclarecimentos não sejam apresentados pelo presidente da Cagepa, Deusdete Queiroga.

O líder governista, deputado Hervázio Bezerra (PSDB), porém, acredita que o empréstimo deverá estar na pauta de votação de hoje e ser votado por maioria simples, e não por quórum qualificado, como vem defendendo a oposição desde a rejeição do pedido na Comissão de Orçamento. “Já existem decisões judiciais nesse sentido. A minha expectativa é que entre na pauta e sairemos vitoriosos”, garantiu.

No primeiro encontro, realizado pela manhã no gabinete do peemedebista, os sindicalistas chegaram a consenso de que há pontos divergentes que precisam ser melhor explicados pelo Governo do Estado. Presidente da CUT-PB, Paulo Marcelo disse que defende o empréstimo, desde que alguns detalhes encobertos pelo presidente Deusdete Queiroga sejam explicados.

“Vamos defender a Cagepa, até as últimas consequências, de uma privatização. Apesar de que ela já esteja privatizada, nas mãos de agiotas, queremos tirá-la das mãos desses bancos.

Mas é preciso que antes se esclareçam algumas dúvidas, como o tamanho da folha de pagamento, esses empréstimos que eram altos e depois baixaram, essa lista de devedores que nunca é cobrada. Queremos participar das discussões”, explicou o presidente da CUT-PB.

Já o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgotos do Estado da Paraíba (Stipdase-PB), José Reno de Sousa, propôs a criação de um fórum de servidores para questionar os pontos considerados conflitantes. “Essa matéria não irá para votação até que tudo seja esclarecido”, disse Reno.

O deputado Gervásio Maia disse que os sindicalistas entenderam que as informações obtidas pelo sindicato não batem com as enviadas para a Assembleia Legislativa e que essa matéria precisa ser melhor analisada.