Servidores de senadores não têm que bater ponto

Um total de 60,76% dos servidores comissionados, lotados em gabinetes de senadores da Paraíba, recebem remuneração mensal sem comprovar frequência no trabalho. Ao todo são 79 pessoas, de um total de 130, que são mantidas nos gabinetes ou nos escritórios regionais dos senadores Vital do Rêgo (PMDB), Cícero Lucena (PSDB) e Cássio Cunha Lima (PSDB), ‘sob regime especial de frequência’. Segundo a Secretaria do Senado, cada gabinete é responsável por fazer esse controle, inclusive de frequência.

Somando o total de servidores comissionados, mas que assinam o ponto eletrônico, são 116 pessoas que atuam no serviço público sem o devido concurso público. O campeão em nomeações com liberação de frequên- cia é o senador Vital do Rêgo, que possui 54 servidores lotados em seu gabinete, sendo desses apenas seis efetivos. Na lista dos que estão ‘sob regime especial de frequência’ constam 33 servidores comissionados.

Fora os dois secretários parlamentares e um motorista, os demais são assessores parlamentares.

Há 48 servidores comissionados lotados no gabinete de Vitalzinho, 36 no gabinete de Cássio Cunha Lima e 32 vinculados ao gabinete do senador Cícero Lucena. Como efetivos (concursados), constam no gabinete de Vitalzinho seis servidores, no de Cícero Lucena são cinco e no de Cássio Cunha Lima o número é ainda menor, apenas três efetivos.

No que se refere à liberação do ponto eletrônico, a situação é ainda mais alarmante. No gabinete do senador Cícero Lucena, quase todos os servidores comissionados não precisam comprovar a frequência, já que 25 deles estão lotados no escritório de apoio do parlamentar sob regime especial de frequência. Desses, 21 são contratados sob a nomenclatura ‘assessor parlamentar’ sem precisar ir efetivamente ao gabinete. Os outros são dois secretários parlamentares, um assessor técnico e um motorista.

No gabinete do senador Cássio, 20 servidores comissionados recebem sem declarar que vão ao trabalho. Desses, apenas um, Alexandre Silva Falcão, tem a justificativa de ser motorista particular do senador. Os outros 19 possuem a nomenclatura genérica de ‘assessor parlamentar’. Segundo a assessoria do tucano, os demais servidores trabalham nos escritórios de apoio do parlamentar em João Pessoa e Campina Grande onde ocorre um controle de ponto que é enviado mensalmente para o gabinete de Cássio em Brasília. A reportagem não conseguiu falar com Cícero e nem com Vitalzinho.

JP Online