Servidora 'fantasma' que fugiu de reportagem é exonerada da Assembleia de Goiás

Mulher foi flagrada batendo ponto e saindo do prédio por três dias seguidos

servidora fantasmaA servidora da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) Edinair Maria dos Santos Moraes, que correu ao ser questionada pela reportagem da TV Anhanguera porque bate o ponto diariamente e sai sem trabalhar, foi exonerada nesta terça-feira (29). Ela trabalhava como assessora parlamentar no gabinete do deputado Marlúcio Pereira (PTB). Outro servidor flagrado na mesma situação também foi demitido.

O diretor geral da Alego, Fabiano Gomes, informou ao G1 que já recebeu o decreto assinado pelo parlamentar e que a publicação no Diário Oficial deve ocorrer até quarta-feira (30). Ele explicou que não constam nestes documentos os motivos da demissão.

A equipe da TV Anhanguera foi até o gabinete do deputado nesta manhã e Edinair estava no local, mas não quis falar com a imprensa. O G1também tentou falar com assessoria do deputado Marlúcio Pereira, mas as ligações não foram atendidas até a publicação desta reportagem.

Segundo o Portal da Transparência, Ednair é assessora nível 3 e recebia R$ 2 mil por mês. Ela virou piada na web por fugir após ser questionada sobre bater ponto e não trabalhar e responder: “Não, eu nunca fiz isso”.

Outra exoneração
Além de Edinair, o servidor Hélio Evandro Silva de Oliveira, lotado no gabinete do deputado Valcenôr Braz (PTB), também foi exonerado. Ele apareceu na mesma reportagem saindo em uma moto após bater o ponto.  Na ocasião, ele não soube explicar nem para qual parlamentar trabalhava.

Braz informou que não é responsável por vigiar o horário de seus 30 assessores, mas que vai punir que agir de forma incoerente. “Eu não acompanho o dia a dia de cada funcionário, não acompanho eles batendo ponto. Isso é problema de cada um deles. Se errou, vai ser demitido”, pontua.

Já o assessor nível 8 Geral Marques, também flagrado batendo ponto sem trabalhar, não foi exonerado. Lotado no do deputado Paulo Cezar Martins (PMDB), ele atua como motorista e, segundo o Portal da Transparência, recebe R$ 9.879,00.

O chefe de gabinete do político, Ronni Cezar defendeu a remuneração do servidor. “De acordo com a evolução do seu trabalho e de muitos outros que nos acompanham, permitiu que o deputado valorizasse cada vez mais seus servidores. Isso é um processo natural”, avalia.

Para tentar acabar com os casos, o presidente da Alego, deputado Hélio de Souza (DEM), diz que vai cobrar mais o cumprimento do sistema de avaliação do servidor, no qual é feito um relatório pelo gestor de cada funcionário.

“Esse decreto que determina que o servidor seja avaliado pelo seu chefe imediato nos 15 dias após o trimestre. Vai olhar a questão da frequência, do desempenho e do relacionamento com os demais membros”, explica.

Globo.com