SÉRGIO BOTELHO: PSDB fecha os interesses da sigla, nacionalmente. PT, também.

As eleições nacionais, ao menos do ponto de vista do PT e do PSDB, deverão determinar radicalmente as opções estaduais. As cúpulas nacionais dos dois partidos caminham para determinar que sejam submetidos a elas (cúpulas) os acordos a serem firmados em cada estado.

Amanhã, o PSDB nacional se reúne para definir, entre outras coisas, exatamente isto. O objetivo é o mesmo do PT, com relação a Dilma: garantir que a campanha de Aécio tenha palanques fortes em todos os estados.
Buscando tais objetivos, as duas siglas vão se garantindo como agremiações políticas de caráter nacional, na mesma linha do que defende boa parte dos cientistas políticos brasileiros, com ou sem razão.
Ao menos em dois estados, Paraíba e Mato Grosso do Sul, tucanos estão numa saia justa danada. Na Paraíba, Cássio pode apoiar a reeleição do atual governador Ricardo Coutinho, do PSB de Eduardo Campos. Aécio ficaria sem palanque.
Já no Mato Grosso do Sul, a situação tucana é mais dramática. O deputado federal Reinaldo Azambuja, do PSDB, está prestes a oferecer seu apoio aos inimicíssimos, no plano federal, petistas, capitaneados pelo senador Delcídio Amaral.
Não precisa dizer, mas, nem PT e nem PSDB enxergam bom destino para a junção sul-mato-grossense. E, na Paraíba, a diluição do PSDB no palanque do PSB, evidentemente, não faria bem à campanha tucana à Presidência da República, no estado. E, na própria região Nordeste.
Na Paraíba, o dilema de Cássio: apesar de necessitar de mais tempo do que alguém poderia dispor sendo candidato ao governo do seu estado, para coordenar a campanha de Aécio, no Nordeste, é ele mesmo, Cássio, o autor da proposta de alinhamento nacional dos tucanos.
Visto, dessa maneira, Cássio Cunha Lima estaria, até por uma questão de coerência, obrigado a sair candidato ao governo do estado. Ainda mais, sendo, ele próprio, um candidato muito forte, e, portanto, um efetivo pretendente à vitória.
Por outro lado, dada a importância econômica e política do Estado do Mato Grosso do Sul, na região Centro Oeste, como poderiam os tucanos admitir que o palanque do PSDB acabasse escondido dentro do palanque de Dilma? O PT deixaria Delcídio dividir seu palanque com Aécio? Improvável.
Na sequência da semana virão os próximos capítulos dessa novela, cujo desfecho está previsto para as convenções de junho próximo, no rumo do pleito eleitoral marcado para acontecer no domingo, 05 de outubro deste ano de 2014.
A guerra está apenas começando.