O estudo mostra ainda que JP é a 1ª Capital no aumento da violência e 80% dos pessoenses temem morte, revela pesquisa nacional
Em comunicação inadiável na manhã desta sexta-feira (06), o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) revelou estar chocado com os dados apresentados ontem (05) pelo Ministério da Justiça, por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública, onde aponta Pesquisa Nacional de Vitimização, com dados preocupantes em relação à Paraíba.
Segundo ele, os dados apresentados mostram que o estado aparece em terceiro lugar no ranking, com 75,3%, em relação ao número de furto de carros. Também foi constatado, que a Paraíba é o quarto estado brasileiro mais fraudulento, com índice de 77,2%.
Ainda segundo a pesquisa, João Pessoa é a primeira Capital do país, com índice de 86,7%, onde a população percebeu o aumento da criminalidade. Além disso, é a terceira cidade onde 80,6% dos moradores temem ser assassinados.
A Pesquisa Nacional de Vitimização aponta que na Capital paraibana, mais da metade da população tem medo de ter a casa invadida e, pelo menos 67,5% das pessoas consultadas confirmaram esta apreensão. Confira na integra a pesquisa clicando no link.
Vital destaca que, apesar de a Paraíba não ter guerra civil ou conflito armado, a taxa se aproxima de países como Sudão (8,8), Afeganistão (9,9), Somália (24,4) e Sri Lanka (10,8). Para ele, a violência que gera o assassinato dos jovens amedronta a população e, segundo informações da Secretaria de Segurança e Defesa Social da Paraíba (Seds), acontece principalmente nas comunidades e bairros periféricos do Estado.
O senador revelou que, segundo o diagnóstico do ministério da Justiça, a insegurança na Paraíba decorre de fatores como inexistência de uma política de segurança pública, falta de dados precisos sobre violência, unidades policiais sem estrutura e treinamento, falta de integração das polícias e defasagem nos efetivos policiais, entre outros pontos.
Assalto a agências bancárias – Vital do Rêgo, alerta que nos quase três anos acontecimentos nunca antes vistos nas cidades interioranas da Paraíba passaram a ser matéria constante nos programas jornalísticos e nos jornais impressos do Estado. Ele disse que atentados aos caixas eletrônicos executados por bandidos de alta periculosidade e, também, com alto nível de sofisticação da prática criminosa passaram a ser corriqueiros.
Um crime conhecido como “Saidinha de Banco” contra um cliente do Bradesco, no Retão de Manaíra, na capital, nesta quarta-feira (4) foi a primeira investida envolvendo bancos na Paraíba em dezembro. No estado já são 125 ocorrências este ano, sendo: 46 explosões (18 no Banco do Brasil, 2 na Caixa, 25 no Bradesco e 1 no Santander), 35 arrombamentos (12 no Banco do Brasil, 11 no Bradesco, 8 no Santander , 1 no Itaú, 1 no HSBC e 2 na Caixa), 17 assaltos (8 no Bradesco, 4 no Banco do Brasil, 1 no Santander, 2 na Caixa e 2 no Itaú), 16 tentativas de assalto/arrombamento/explosão (7 no Banco do Brasil, 6 no Bradesco, 2 no Santander e 1 na Caixa) e 11 saidinhas de banco (4 no Bradesco, 2 na Caixa, 5 no Santander).
Propostas – Visando combater essa prática, o Senador Vital do Rêgo apresentará Projeto de Lei no Senado Federal cobrando do Banco Central (BC) formas que invalidem o dinheiro roubado nesses assaltos. Ele lembra que, só nos últimos oitos meses, houve 72 ataques a caixas eletrônicos utilizando explosivos. “Esta proposta é uma forma de combatermos essa prática criminosa de assaltos e anular o maior benefício desses delinquentes, que é justamente o dinheiro levado. Nosso projeto visa cortar essa fonte de recursos anulando as cédulas”, destacou Vital.
Segundo ele, o Banco Central vem analisando o projeto da empresa multinacional Oberthur Cash Protection, que trouxe para o Brasil um sistema que invalida o dinheiro roubado através do tingimento das notas. Porém, Vital lembra que essa concepção não tem apresentado resultados satisfatórios. “Vou requisitar do BC que pesquise novas idéias, pois entendo que esse dinheiro serve para financiar outras práticas do crime organizado”, afirmou o parlamentar.
Presidente da Comissão que busca soluções para o problema da segurança pública no país, o senador Vital, já defendeu, mais autonomia orçamentária, administrativa e para o trabalho de investigação das polícias. Como também a unificação das polícias civil e militar, como as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs); e o uso da inteligência nas ações de prevenção e investigação criminal.
Vital acredita que um plano de ação de combate a estas práticas criminosas, pelo Governo do Estado partiria pela valorização dos policiais paraibanos, seja por uma melhor estrutura de trabalho, visto que o relatório feito recentemente pelo Ministério da Justiça através da pesquisa “Perfil de Instituições de Segurança Pública”, apresentou que nossos policiais têm uma quantidade insuficiente de armas e de coletes à prova de balas, delegacias sem carceragem e sem acesso à internet, policiais sem seguro de vida e um dos menores efetivos de segurança pública do Nordeste. “Esta é a situação encontrada na Paraíba e que foi revelada pelo Ministério da Justiça”, destacou Vital cobrando ações efetivas da gestão estadual.