Sérgio Botêlho
O tom das novas críticas disparadas pelo secretário de Comunicação do Governo da Paraíba, jornalistas Luis Torres, contra dirigentes do PSDB paraibano, apimentou de vez o angu de caroço que já caracterizava as relações entre PSB e PSDB no estado.
Pela segurança com que os ataques foram feitos, a mim pareceu que não só o casamento está praticamente desfeito, como não é apenas o senador Cássio que tem novos parceiros. O governador Ricardo Coutinho, também.
A confirmação me foi dada por um socialista bastante enfronhado com os acontecimentos em curso: o novo parceiro dos correligionários do presidenciável Eduardo Campos, na Paraíba, pode ser o PMDB. Isto mesmo: o PMDB.
O que vem pegando é o seguinte: as conversas entre Coutinho e o ex-governador José Maranhão, que detém uma força ainda muito grande sobre a máquina peemedebista paraibana, estariam bastante avançadas. Maranhão disputaria o Senado.
E tem mais: o desenlace entre Coutinho e Cássio liberaria redutos importantes, onde brigam peemedebistas e cassistas, facilitando a atração, ao novo campo, de forças peemedebistas até agora impossibilitadas de estabelecer parcerias com Ricardo, justamente por conta de tucanos da aldeia.
E os irmãos Vital e Veneziano? Os dois podem dançar nessa roda viva, ainda a depender da reforma ministerial, um processo que tem demorado mais do que eles esperavam para retomar com força o poder aglutinativo dos dois no interior do PMDB paraibano.
Pelo que me revelou o entusiasmado socialista, as iniciativas ricardistas têm o apoio e assistência de alguém altamente interessado no assunto, que é o governador pernambucano Eduardo Campos. A junção daria um forte palanque ao presidenciável no estado.
Mas, não é somente de PMDB que Ricardo tem tratado para fortalecer o seu palanque, e o de Campos. O líder socialista tem conversado, e de maneira bastante amiúde, com o PTB de Wilson Santiago, e com o PP, da família Ribeiro.
Se tudo isto vai dar certo, afinal, ainda não é possível prever. Apesar de todo o entusiasmo do amigo socialista. Mas, com certeza, deu para entender que Ricardo não está exatamente morto, como desejariam seus adversários.
