Seca de providências

Rubens Nóbrega

Relatório preliminar da ‘Caravana da Seca’, divulgado na semana recém-finda, mostra quão insuficientes são as ações dos governos, particularmente das administrações do Estado e dos municípios, para socorrer os paraibanos mais castigados pela estiagem no Sertão, Cariri e Curimataú.
Tanto que os deputados estaduais que percorreram essas regiões entre os dias 4 e 7 deste mês, sob a liderança do deputado-presidente Ricardo Marcelo, anteciparam pedidos de providências que, em tese, somente fariam quando da conclusão e divulgação do relatório final, previstas para 10 de janeiro próximo.
Entre as medidas emergenciais que deveriam ser implementadas ou intensificadas, os parlamentares citam a ampliação da operação carro-pipa, o aumento da distribuição de ração animal, a limpeza de barragens, a recuperação e a instalação de poços, a multiplicação das cisternas, a reativação do Programa do Leite e a aceleração na construção de adutoras.
Até onde sei, tudo isso depende muito mais de determinação operacional aliada a uma firma disposição política de assim fazer, o que parece faltar aos governos em geral, da Esplanada dos Ministérios à Praça João Pessoa, num percurso que evidentemente não deve excluir os paços municipais Paraíba adentro.
Mas, pelo visto, está difícil. Tiro pelo que li no portal G1 Paraíba, ao qual falou na quinta-feira última o Doutor Cícero Hermínio, gerente executivo da Defesa Civil do Estado, para comentar as preocupações e reivindicações contidas no relatório preliminar da Caravana da Seca.
Ele garantiu que Governo do Estado está ligado, positivo e operante no interior, mas admitiu “algumas dificuldades”, entre as quais os pedidos de mais carros-pipa – ainda não atendidos – feitos por 39 municípios.
“Não depende só do Governo do Estado, nós vamos encaminhar o pedido para a Defesa Civil da União, que é responsável por esse abastecimento, para que haja uma ampliação do serviço”, explicou o Doutor Hermínio, informando ainda que 196 municípios em situação de emergência precisam recuperar poços, mas o trabalho só começou em 60.
Informações assim, vindas de autoridade estadual, justificam plenamente a angústia de alguns deputados tanto com a situação das pessoas que sofrem com a seca como diante da tardança, ausência ou intermitência de providências governamentais.
Por essas e outras, vai ver foi por isso também que os deputados estaduais, todos eles, abriram mão de suas emendas individuais (R$ 3 milhões, cada) ao Orçamento 2013, reunindo-as em uma única que destina cerca de R$ 109 milhões “para investimentos em ações que beneficiem a população que sofre com a estiagem”.
Nesse caso, podemos dizer e reconhecer que os nossos deputados, principalmente aqueles que fizeram parte da Caravana da Seca, estão fazendo a parte deles. Resta pedir, cobrar e esperar que a Presidente Dilma, o governador Ricardo Coutinho e os prefeitos ainda omissos ou inertes façam a parte que lhes cabe nesse latifúndio de carências e misérias de toda ordem e sorte.

 

Natal: quanto mais luzes, melhor

Do Professor e jornalista Arael Costa, leiam a seguir crítica à exclusão da Avenida Ruy Carneiro e orla de Manaíra da decoração natalina de João Pessoa.

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Caro amigo, passando final de semana em Maceió, tive oportunidade de verificar que lá, como em outras cidades de nosso litoral com forte apelo turístico, a Prefeitura teve cuidado de fazer a decoração natalina cobrir toda a orla marítima, decoração essa que contou com participação de muitos dos hotéis e condomínios da área.
É bem verdade que essa decoração da orla da capital alagoana não é uma manifestação que muitos considerariam de alto bom gosto, mas pode-se considerá-la bem mais representativa que a nossa, já que tendeu um pouco mais para o espírito da época, mostrando que por lá já se entende melhor a capacidade atrativa de procedimentos desse tipo na vocação turística da cidade, seja de parte do poder público municipal, que se preocupou em decorar toda a área, do início da praia de Atalaia até o final da praia de Ponta Verde, seja por parte do “trade turístico”, seja dos próprios moradores partícipes.
Com essa constatação, fico ainda mais perplexo e sem entender porque a Av. Ruy Carneiro e toda a orla do Manaíra não tiveram direito a nada, perguntando-me, então, se a Prefeitura da Capital nossa entendeu que os moradores dessas áreas não merecem atenções desse tipo e esses locais não recebem turistas, nem mesmo em trânsito.

 

Toda a orla, todas as avenidas

Associo-me à queixa do Professor, em tom de reivindicação, e peço à Prefeitura que espalhe luzes natalinas em toda a orla da Capital, da Penha ao Bessa, e por nossos principais corredores. Além da Epitácio, por que não iluminar também as avenidas Cruz das Armas, Tancredo Neves, Beira-Rio e Hilton Souto Maior?
Muito em cima? Que nada! Nunca é tarde para ter boa vontade, fazer o bem e bem feito. Ainda mais sendo Natal…