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'Se é para garantir nossa vida, que vá a dos outros', diz Bolsonaro

Bolsonaro não especificou no evento se a expressão "que vá a [vida] dos outros" guarda alguma relação com suas propostas de governo.

Em discurso a uma planteia de empresários da indústria, o pré-candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) afirmou que há “decisões que não são fáceis” no governo ao falar sobre o combate à violência.

“Tem soluções que não são fáceis, que valem a vida de terceiros, mas se é para garantir a nossa vida, que vá a dos outros”, afirmou o deputado durante evento organizado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria).

A fala ocorreu no momento em que Bolsonaro citava invasões de sem-terra a propriedades rurais e o combate à violência urbana. “Vontade de ir lá visitar as fazendas invadidas em Mato Grosso do Sul pelo MST e os índios, também mostrar os nossos problemas, que é de todos nós, para buscarmos soluções para eles”, disse o pré-candidato, que também criticou medidas para redução de pena e ressocialização de presos.

“Querem combater a violência como? Com essa politicalha de desencarceramento, de todo mundo se apiedar do encarcerado, de direitos humanos como está sendo feita, de audiência de custódia, de achar que deve ter segunda chance? Grande parte sim, outras não”, concluiu.

Bolsonaro não especificou no evento se a expressão “que vá a [vida] dos outros” guarda alguma relação com suas propostas de governo. O deputado também voltou a defender a restrição das hipóteses legais em que policiais em serviço podem ser punidos por mortes de outras pessoas.

No evento do CNI, os pré-candidatos expõem suas propostas de governo e depois respondem a perguntas. Também participam Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede), Henrique Meirelles (MDB), Ciro Gomes (PDT) e Álvaro Dias (Podemos).

A última pesquisa Ibope, divulgada em 26 de junho, mostra Bolsonaro com 17% das intenções de voto no cenário em que não foi incluído o nome do ex-presidente Lula, seguido por Marina Silva, com 15%. Tecnicamente eles estão empatados dentro da margem de erro, de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Aliança com o PR

Em entrevista coletiva após a palestra, o pré-candidato do PSL falou sobre sua possível aliança com o Partido da República. A possível união significaria um salto de uma campanha nanica, com 9 segundos de TV e nenhum palanque estadual, para a oportunidade de falar ao eleitor por mais 45 segundos e aproveitar a estrutura de um partido, com 41 deputados.

“A minha conversa com o PR é com o senhor Magno Malta. O PR aceita. Mas se o Magno Malta não vier, ele vai disputar a reeleição lá no Espírito Santo, e eu vou ter que buscar alguém do nosso meio, já filiado a nós ou a um pequeno partido que porventura queira se coligar conosco. Mas na política tudo pode acontecer”, disse.

Fonte: UOL
Créditos: UOL