O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse na manhã desta quinta-feira que não foi ele quem publicou a mensagem no Twitter chamando o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de Nhonho. A mensagem relacionando o deputado carioca ao personagem do seriado “Turma do Chaves” foi postada na noite de ontem, no perfil oficial de Salles na rede social.
“Fui avisado há pouco que alguém se utilizou indevidamente da minha conta no Twitter para publicar comentário junto a conta do Pres. da Câmara dos Deputados, com quem, apesar de diferenças de opinião sempre mantive relação cordial” — Ricardo Salles MMA (@rsallesmma) October 29, 2020
O comentário, excluído por Salles, foi feito em uma postagem que Maia fez no sábado. Nela, o presidente da Câmara criticava Salles: “O ministro Ricardo Salles, não satisfeito em destruir o meio ambiente do Brasil, agora resolveu destruir o próprio governo.”
“Nhonho”
— Ricardo Salles MMA (@rsallesmma) October 29, 2020
Nhonho é o nome de um personagem do seriado “Turma do Chaves” e é como a ala ideológica de apoiadores de Bolsonaro chama, de forma pejorativa, o presidente da Câmara.
A publicação de Maia foi feita em meio a uma briga entre as alas ideológica e militar do governo, exposta após o ataque pelas redes sociais de Ricardo Salles a Luiz Eduardo Ramos, na última quinta-feira.
A “briga” começou após a publicação de uma nota da colunista do GLOBO, Bela Megale, com um recado enviado pelo Ministro do Meio Ambiente a seu colega de governo, o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos. Pelo Twitter, Salles disse “ter enorme respeito e apreço pela instituição militar” e que o general deveria deixar de lado a “postura de #mariafofoca”.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), também saiu em defesa do ministro da Secretaria de Governo. Em uma publicação no Twitter, Alcolumbre destacou a importância de Ramos para a relação institucional do governo com o Congresso e alfinetou o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, dizendo que “não é saudável” que um ministro ofenda um colega publicamente.
” Sem entrar no mérito da questão, faço duas ressalvas.1.Como chefe do Legislativo, registro a importância do @MinLuizRamos na relação institucional com o Congresso.2.Não é saudável que um ministro ofenda publicamente outro ministro. Isto só apequena o governo e faz mal ao Brasil”, escreveu Alcolumbre.
As postagens, entretanto, geraram respostas negativas por parte de opositores do governo.
Trégua
No último domingo, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, usou sua conta em redes sociais para pedir desculpas ao colega Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo). O gesto ocorre no mesmo dia em que o presidente da República, Jair Bolsonaro, deu um passeio de moto com o militar. Na quinta-feira, irritado, Salles chamou Ramos de “Maria fofoca”.
“Conversei com o ministro Ramos, apresentei minhas desculpas pelo excesso e colocamos um ponto final nisso. Estamos juntos no governo, pelo presidente Bolsonaro e pelo Brasil. Bom domingo a todos”, escreveu Salles.
Mais cedo, durante o passeio, perguntado se a situação estava pacificada, Luiz Eduardo Ramos respondeu:
— Quando um um não quer, dois não brigam.
Na tarde de hoje, em rede social o ministro da Secretaria de Governo afirmou que uma “boa conversa apazigua as diferenças” e que “intrigas não resolvem nada”.
Fonte: O Globo
Créditos: O Globo