Lena Guimarães

Quando o bloco PT, PP e PSC  foi anunciado, em 2013, existia  caminho para uma terceira via na política paraibana. Até então o grupo governista estava coeso, e no contraponto, o PMDB preparava a candidatura de Veneziano Vital do Rêgo. Um projeto alternativo poderia ter vingado, mas demorou tanto a ser apresentado aos paraibanos que terminou atropelado pelo PSDB e pela candidatura de Cássio Cunha Lima.
A 87 dias do prazo para as convenções que homologarão as candidaturas (podem ser feitas de 10 a 30 de junho), o PT está dividido entre os que insistem em um candidato próprio e os que querem aliança em torno do PMDB, isso sem falar nos que já apoiam Ricardo; o PSC lançou Leonardo Gadelha mas tem os que defendem aliança com Cássio e com Veneziano; e o PP pediu mais tempo para sugerir um nome para o Governo, mas o ministro Aguinaldo Ribeiro já foi procurado pelo PSDB e PSB.
No momento, o discurso interno alerta para a inviabilidade de um quarto candidato na disputa estadual e os danos que a falta de competitividade pode ocasionar aos candidatos a deputado federal e estadual, isso sem falar que precisam de um palanque forte para a presidente Dilma Rousseff, uma vez que o governador Ricardo Coutinho vai montar o de Eduardo Campos, e Aécio Neves contará com a popularidade de Cássio.
O discurso externo continua valente. A pré-candidata Nadja Palitot (PT), por exemplo, acusa o PMDB de tentar impor uma aliança a partir de Brasília, o que seria desrespeito as instância do partido na Paraíba. Certamente ela não ignora que foi a presidente Dilma quem incluiu a Paraíba no pacote que negocia com os peemedebistas, para encerrar a crise no Congresso. E que fez isso para não abrir mão do que é realmente importante para o PT, como a eleição do Rio de Janeiro, onde tem o competitivo paraibano Lindbergh Farias como candidato.
O bloco não massificou nome e nem anunciou seu projeto para a Paraíba, mas tem outros diferenciais que justificam o ‘nariz empinado’, a exemplo do tempo de propaganda eleitoral (juntos têm 27,67% do total). Prometem apoio de Dilma e Lula a candidatos, mas essas falas não foram decisivas nas últimas campanhas da Paraíba.
O bloco precisa recuperar o tempo perdido. Garantir perspectiva de poder é essencial para evitar fragmentação dos aliados.

TORPEDO
O governo federal está dando publicidade as ações na Paraíba porque é importante prestar contas dos investimentos públicos, tornando a administração transparente, já que o governo do Estado esconde os investimentos federais na Paraíba.

De Rodrigo Soares (PT), antecipando que vem aí a propaganda regional sobre obras de Dilma na Paraíba, como o canal Acauã-Araçagi e o MCMV.

Aguinaldo e Occhi
Dilma anunciou os substitutos dos seis ministros que deixam os cargos para disputar as eleições, entre eles o paraibano Aguinaldo Ribeiro (Cidades), que fez o substituto, seu amigo Gilberto Occhi,  atual vice-presidente da Caixa.

Opção do SDD
O presidente do Solidariedade, Benjamin Maranhão convocou o partido para uma reunião no dia 10 de abril, quando analisará propostas e decidirá com quem fará aliança para governador. Paulinho da Força confirmou presença.

ADI e as contas
Deputados da oposição estudam os fundamentos da ADI-4843-PB, que questionou designação de comissionados para funções próprias de procuradores. Querem citar a decisão do STF na análise das contas do governador.

Pesquisa
Os procuradores sustentam que só as licitações acompanhadas por procuradores estão legais. Agora os oposicionistas estão empenhados em descobrir quantas receberam pareceres de advogados em cargos em comissão.

ZIGUE-ZAGUE
+ O deputado paraibano Luiz Couto foi indicado pelo PT e confirmado, ontem,  como vice-presidente da Comissão de Contituição e Justiça da Câmara Federal.
+ A Assembleia realizou sessão especial, para festejar o Dia do Auditor Fiscal e lembrar os 24 anos do Sindifisco-PB, que anunciou dia de paralisação para quarta-feira.
+ O deputado Major Fábio subiu a tribuna da Câmara para cobrar do Governo da Paraíba as nomeações dos 911 aprovados em 2008 para a Polícia Civil.

Esforço para recadastrar
O Tribunal Regional Eleitoral decidiu realizar, até o dia 21, esforço concentrado para atender os eleitores que ainda não fizeram recadastramento biométrico em João Pessoa, Campina e demais cidades que adotarão o sistema este ano, na Paraíba. O presidente, Saulo Benevides mandou suspender férias e autorizou que servidores de cartórios e zonas eleitorais sejam deslocados para o atendimento ao público. A uma semana do fim do prazo, menos de 80% renovaram suas inscrições.

PONTO FINAL
Seis meses após a ordem de serviço, o trecho Sertânia-Monteiro da transposição do São Francisco continua parado. Mesmo assim, Vital do Rêgo, que preside Comissão do Senado que fiscaliza a obra, crê em sua conclusão no prazo – 2015. É muita fé.