Ronaldo comanda prefeitura de Campina Grande

Romero salientou, também, que deposita inteira confiança na ascensão de “Ronaldinho”, que por sua vez se comprometeu a dar continuidade às ações que já estão sendo executadas pela administração de Romero. “Afasto-me, porém, me mantenho focado na cidade e em algumas mudanças que pretendemos implantar ainda em 2013”, salientou Romero Rodrigues. O gestor da Rainha da Borborema tem se empenhado em resolver pendências herdadas da gestão de Veneziano Vital, e por várias vezes lamentou que o antecessor tenha deixado soluções inconclusas, conforme atestam documentos de órgãos federais e estaduais que tem em mãos. Renovou, apesar de tudo, o compromisso assumido de equacionar as pendências para que a população não seja sacrificada. “Foi com ela (a população) que assumimos compromissos concretos, não promessas de campanha”, enfatizou.

O simbolismo da ascensão de “Ronaldinho” à prefeitura teve antecedentes justificáveis. Seu pai elegeu-se pela primeira vez na década de 60. Candidato em 68, eleito em disputa acirrada, permaneceu apenas 43 dias no posto, cassado que foi pelo movimento militar instaurado em 64. Suportou o período de ostracismo com dificuldades, mas com dignidade, sobrevivendo entre o Rio e o São Paulo, em bancas de advocacia. Com a reabertura democrática, candidatou-se novamente a prefeito, em 82. Saiu vitorioso. O mandato, de quatro anos, foi prorrogado para seis anos. Ele não pleiteou a prorrogação. Foi beneficiado por uma proposta legislativa que intentava privilegiar parentes de políticos ilustres no Congresso. Mas, de certa forma, foi uma compensação pela cassação arbitrária que enfrentou. Ronaldo, o poeta, foi um dos mais carismáticos líderes políticos da Paraíba. Venceu a eleição para governador em 90 contra Wilson Braga desafiando prognósticos desfavoráveis de institutos de pesquisa como o Ibope. Ganhou no segundo turno, e teve o apoio de um dos concorrentes no primeiro turno – o ex-deputado federal João Agripino Neto, filho do ex-governador João Agripino. Foi um dos poucos políticos a exercer os cargos ao seu alcance, a saber: vereador e prefeito de Campina, deputado estadual, deputado federal, governador e senador. Seu nome foi cogitado como candidato a vice-presidente da República, na chapa encabeçada por Orestes Quércia, que não prosperou no PMDB. Mas Ronaldo firmou liderança invejável na Paraíba, a ponto de eleger o filho, Cássio, deputado federal, em 86. Cássio, depois, tornou-se prefeito de Campina, elegeu-se governador por duas vezes e exerce mandato de senador pelo PSDB. A ascensão de “Ronaldinho” à prefeitura é parte do processo de continuidade geracional. Pedro Cunha Lima, filho de Cássio, desponta como candidato a deputado federal em 2014 com absolutas chances de vitória.