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ROMBO: dívida da Americanas pode chegar a R$ 40 bi, confirma empresa

Ajustes que terão de ser feitos nos balanços da empresa, por conta das “inconsistências contábeis” de R$ 20 bilhões, poderão impactar grau de endividamento da varejista

imagem: reprodução/internet

A Americanas publicou neste sábado, em seu site, a íntegra da decisão da Justiça que impede a cobrança antecipada de dívidas da companhia por um prazo de 30 dias em razão das “inconsistências contábeis” de R$ 20 bilhões nos balanços de 2022 e de anos anteriores.

A Americanas informa que publicou apenas a decisão judicial da decisão na íntegra da 4ª Vara Empresarial da Comarca da Capital, e não houve fato relevante.

A decisão da Justiça que suspende a execução de dívidas foi antecipada pelo colunista Lauro Jardim. No pedido apresentado à Justiça e no teor da decisão publicada em seu site, a empresa informa que as “inconsistências contábeis” de R$ 20 bilhões poderiam alterar o grau de endividamento da companhia e acarretar o vencimento antecipado e imediato de R$ 40 bilhões em dívidas.

De acordo com a Americanas, o BTG Pactual já notificou a companhia para declarar o vencimento antecipado de mais de R$ 1,2 bilhão.

Ao fim do prazo de 30 dias, a empresa pode entrar em recuperação judicial ou a medida deixará de ter eficácia. Na noite de sexta-feira, a Americanas informou que a decisão da Justiça não representa um procedimento de recuperação judicial e que mantém conversas positivas com seus credores para alcançar um acordo benéfico para todos.

Entenda o que aconteceu:

Na última quarta-feira, o executivo Sergio Rial renunciou ao comando da Americanas apenas nove dias depois de ter assumido o cargo, após identificar um rombo de ao menos R$ 20 bilhões no balanço contábil da empresa.

No dia seguinte, ele afirmou que os balanços de vários anos terão de ser revistos e que a empresa precisará de uma capitalização.

A Americanas é uma das maiores varejistas do país, com mais de 100 mil empregos diretos e indiretos, com 3.601 lojas físicas, quando se contabiliza as da própria rede e de outros negócios do grupo, como lojas de conveniência. No ano passado, a Americanas comprou as redes Hortifruti e Natural da Terra.

A crise da varejista fez com que, no pregão da última quinta-feira, as ações da empresa caíssem 77,3%, o maior tombo de uma companhia do Ibovespa desde 1994. No pregão de sexta-feira, houve recuperação, e os papéis fecharam em alta de mais de 15%.

Na última sexta-feira, a Americanas decidiu deixar patrocinar a edição do BBB23 para focar na gestão do negócio. Em seu lugar, entrou o Mercado Livre como patrocinador.

Fonte: Lauro Jardim
Créditos: Lauro Jardim