Houve um tempo em que andaram juntos, ocuparam os mesmos palanques e concorreram aos mesmos votos.
Um era candidato a prefeito e o outro a vice. Um trocou de partido para viabilizar o sonho de governar a capital e o outro era de um partido que tinha vencido as duas últimas eleições, e que poderia fazer a diferença.
Ricardo Coutinho e Manoel Júnior já não dividem nada. Pelo contrário, trocam farpas, ferroadas, alfinetadas o tempo todo. Estão em lados opostos da política e embora nenhum assuma candidatura a nada passaram a protagonizar o debate sucessório – e que debate! – em defesa dos que apadrinham – João Azevedo (PSB) e Luciano Cartaxo (PSD).
Ricardo completará 57 anos de vida no próximo dia 18, sendo que 27 deles fazendo política partidária. Perdeu duas eleições -1999 e 1994- mas desde que conseguiu o 1º mandato -vereador da capital -, mantém estilo provocativo e energético quem intimida os aniversários mais fracos. É considerado um “kamikaze” da política – ataca, apesar dos riscos.
Manoel Júnior tem 53 anos, é médico, foi três vezes prefeito de Pedras de fogo, foi deputado estadual, conquistou três mandatos de deputado federal e foi eleito vice prefeito da capital com Ricardo 2004 e com Luciano Cartaxo ano passado. Começou na política pelo PMDB (1982), passou pelo PSDB e PSB e retornou ao PMDB em 2009, sem perder sua principal característica: o discurso destemido. Não tem medo de dizer, e sabe como dizer. Sua língua é uma arma poderosa.
Se Ricardo ataca, Manoel responder. Deixa Luciano livre para o discurso construtivo. Quando governador crítica gestão da capital, ele devolve e mira segurança, educação e saúde, pontos fracos do pessebistas.
Mas nos últimos dias , passaram a usar munição pesada.
Manuel disse que Ricardo precisar de um “guindaste “ para içar João Azevedo, seu candidato a governador.
Manoel retribuir na mesma moeda: “Do meu CPF, graças a Deus cuido eu. Agora o CPF dele está justamente ligado ao crime de Bruno Ernesto, correndo em segredo de justiça. Isso deve ser a grande preocupação dele. “ Referiu-se ao caso do ex diretor de tecnologia da PMJP, sequestrado e executado em 2012.
Será assim o debate em 2018?
Fonte: jornal correio da paraíba
Créditos: lena guimarães