Ricardo, você é o cara!!

Nilvan Ferreira

Esse governador é mesmo o “cara”. Todos lembram desta expressão quando foi utilizada pelo Presidente Americano, Barack Obama, referindo-se ao também Presidente Lula, para dizer que o petista era um ídolo e que conseguiu, mesmo com dificuldades, vencer as barreiras e fazer um grande governo. Pois bem. Na Paraíba, a cada dia, chego a conclusão, cada vez mais nítida, que o nosso governador é o “cara”.

Até agora ele venceu todas. Não perdeu uma sequer. Senão vejamos:

– Ricardo venceu uma greve, logo no início do governo, quando policiais militares e bombeiros, lutavam para garantir o pagamento da PEC 300, aqui na Paraíba, já aprovada pela Assembléia e sancionada pelo governo passado. Resultado: nem a PEC foi paga, foi anulada e os grevistas PM’s foram processados pela Justiça Militar.

– Ricardo, o “cara”, também “peitou” uma das categorias mais fortes do sindicalismo da Paraíba, os professores, liderados pelo temido SINTEP, que no passado ele, Ricardo, ajudou durante muitas mobilizações e protestos. Resultado: os professores foram sumariamente derrotados, não receberam o Piso Nacional, garantido por lei, julgada pelo Supremo Tribunal Federal e ainda descontou dos salários a quantidade de dias que o movimento durou.

– Ricardo, “o cara”, não pestanejou e trucidou o movimento organizado pelos médicos do Hospital de Trauma. Durante uma greve recente, o governador buscou médicos no Rio de Janeiro, pagou melhores salários aos forasteiros, derrotou o movimento paredista e mostrou quem manda no pedaço. Resultado: parte dos grevistas foram demitidos e o governo “arrochou o nó” na classe médica, trazendo também do Rio de Janeiro, a Cruz Vermelha.

– Ricardo, “o cara”, enfrentou o movimento e o protesto dos servidores do IPEP, que tiveram benefícios conquistados, retirados dos seus salários e não deu outra: ficou do jeito que o governo desejava, a presidente de órgão quase ia sendo presa por descumprir uma determinação judicial e pronto. Afora os servidores do IPEP que morreram de desgosto e outros que sofreram AVC e estão de cadeira de rodas, permaneceu o desejo do “cara”.

– Ricardo é mesmo “o cara”. Ele é tão corajoso que não importa com quem é a briga. Pra ele tanto faz se é com simples servidores públicos ou com os outros poderes constituídos, mais fortes e mais influentes no cenário administrativo. Não importa. E foi assim que o governo reduziu o repasse do duodécimo dos poderes (Assembléia Legislativa, Tribunal de Justiça, Tribunal de Contas e Ministério Público) e todos ficaram caladinhos, sem dizer “um piu”. Valeu o que o governador queria e pronto.

– Ele, Ricardo, “é o cara”. Mandou um projeto para que os deputados apreciassem, que previa uma permuta, onde o estado doava um terreno público a um empresário e receberia em troca um outro imóvel que, supostamente, também era de propriedade do estado, causou um verdadeiro “reboliço” entre os deputados, rendeu polêmica, mas venceu e no final a negociata foi aprovada, seguida de castigo para os que ficaram contra, que tiveram suas fotos exibidas em outdoors, pelas ruas e bairros da capital.

– Mas o “cara” é o “cara”. Logo em seguida, Ricardo decidiu que o estado é incompetente para gerir determinados serviços básicos, a exemplo da saúde, e optou por entrega-los à iniciativa privada. E foi assim. Os deputados aprovaram uma espécie de privatização, camuflada de “pactuação” ou “terceirização”, entregando de “bandeja”, um dos principais equipamentos de saúde da Paraíba, o Hospital de Trauma, a uma entidade, que, segundo os indícios, tem uma folha corrida na polícia de dar inveja a muitos presidiários nesse país.

Ele é ou não “o cara”? Não se intimidou com um só detalhe, mesmo correndo o risco de tornar o seu governo como um dos mais antipáticos da história, perante a opinião pública. Bancou a concretização do que realmente desejava e pôs em prática seus objetivos. E isso é apenas no âmbito administrativo. No próximo artigo trataremos das questões políticas e mostraremos que ele, Ricardo, também é o “cara” quando se fala em desmontar projetos dos seus adversários.