Confesso que teria sido bem melhor o prefeito de Campina Grande não ter comparecido a audiência concedida na última quarta-feira, pelo governador Ricardo Coutinho. Muitos podem até me chamar de radical, intolerante. Mas, pelas informações de bastidores, que os emissários do governo não divulgaram, a dita audiência, aguardada por mais de dois meses pelo prefeito campinense, foi no mínimo frustrante, decepcionante, um fracasso.
A decepção foi logo de cara. Veneziano recebeu de imediato um “chá de cadeira” de quase duas horas na sala de espera do Gabinete do Chefe do Executivo Estadual. Até aí tudo bem. Não custa nada esperar, já que o bom mesmo é que as reivindicações da cidade sejam encaminhadas.
O problema é que além da humilhação de esperar a boa vontade do governador em receber o “cabeludo”, a parte mais decepcionante veio exatamente do próprio resultado do encontro, que contraria abruptamente as causas, as bandeiras e as reivindicações do povo de Campina Grande.
Ricardo disse um “NÃO” categórico a tudo que Veneziano solicitou e ainda, baseado em estatísticas errôneas, fez chegar às mãos do prefeito uma espécie de lista de exigências que o governo faz para que as parcerias sejam estabelecidas entre e estado e município. É uma espécie de interferência do estado, que pouco tem feito para sanar os problemas da população e ainda quer interferir na cozinha dos outros.
Ricardo disse “NÃO” quando Veneziano pediu a ajuda para a realização do maior São João do Mundo. Taxativamente, o governador lamentou e lembrou ao prefeito que a cidade não receberá um só centavo para a festa, que leva o nome da Paraíba para todas as partes do mundo.
E não foi isso. Campina Grande, que deu umas das maiores vitórias a Ricardo durante as eleições do ano passado, também recebeu a negativa do governador quando o prefeito apresentou-lhe sugestões de parcerias na área de saúde, de educação e de mobilidade urbana, a exemplo da pavimentação asfáltica de ruas e avenidas. As questões ligadas à atuação da CAGEPA em Campina Grande foi outro ponto levantado durante a audiência. As respostas foram “NÃO” “NÃO e “NÃO.
Campina Grande foi decepcionada. A cidade esperava um governante que antes de olhar pelo lado político, vislumbraria a importância das potencialidades campinense e o valor que o seu povo tem para o desenvolvimento da Paraíba.
Mas não é só isso. Campina também foi humilhada, desprezada, colocada em segundo plano. Não importa se o prefeito é ou não do mesmo segmento político que o governador. Isso é o mínimo, não tem importância. O entendimento deve ser o “republicano”, que observa antes de tudo as necessidades da população, seus desafios e suas as queixas. As questões políticas a gente deixa para o próximo ano.